A falta de equipamentos de proteção individual (EPI) e de medicamentos tem comprometido a realização de procedimentos cirúrgicos de urgência e emergência, levado à superlotação e pode colocar em risco o funcionamento do Hospital Ferreira Machado (HFM), segundo ofício enviado pela direção da unidade, nessa segunda-feira (30), à Fundação Municipal de Saúde (FMS), secretaria municipal de Saúde e ao Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj). Entre insumos em falta, estão equipamentos e medicamentos de uso no atendimento aos pacientes com Covid-19. A Fundação Municipal de Saúde informou que tem se empenhado em manter o estoque de insumos, mas que a pandemia aumentou a demanda, o que tem levado à dificuldade de fornecedores no cumprimento de prazos. Em nota, o Sindicato dos Médicos de Campos (Simec) mostrou indignação com o teor da denúncia.
De acordo com o documento, assinado pela diretora clínica do HFM, Nahália Pessanha, e pelo superintendente do hospital, Arthur Borges de Souza, os insumos já haviam sido solicitados pela direção do Ferreira Machado e os setores responsáveis notificados sobre a falta, mas o problema não foi resolvido.
— O Hospital Ferreira Machado realiza mais de duas mil cirurgias por ano, sendo referência na região. A falta destes medicamentos inviabiliza nosso funcionamento. A impossibilidade de realizarmos as cirurgias tem acarretado a superlotação do hospital, nas clínicas e no Pronto Socorro. Principalmente do serviço de Ortopedia, que além da dificuldade de encaminharmos os pacientes para os hospitais conveniados, devido à falta de insumos não estamos conseguindo realizar as cirurgias de urgência dos pacientes — alerta o ofício.
O documento destaca, ainda, que a superlotação do hospital, com pacientes “internados” nos corredores do Pronto Socorro, é ainda mais preocupante neste momento de pandemia da Covid-19.
Em nota, a Fundação Municipal de Saúde afirmou que tem se empenhado em manter o estoque de medicamentos em dia, além dos itens que compõem o Equipamento de Proteção Individual, no entanto, devido à alta demanda por esses itens, a necessidade de reposição tem ocorrido quase que diariamente:
— Nenhum profissional de saúde atuou sem a devida proteção e as unidades hospitalares do município não deixaram de atender a população. Cabe lembrar que durante a pandemia do Covid-19 há uma alta demanda por medicamentos em todo o país, o que tem levado à dificuldade de fornecedores no cumprimento de prazos ou mesmo abastecimento de unidades.
A FMS ressaltou, ainda, que atua com planejamento para adequações e reitera “a entrega e comprometimento de todos os profissionais de saúde que atuam no município em tempos tão difíceis de enfrentamento ao coronavírus e dificuldades financeiras”.