Dez anos após a sua morte, o músico campista Luizz Ribeiro recebeu homenagem póstuma em formato de livro digital. Organizada pelos jornalistas Alexandro Florentino e Jorge Rocha, a obra “Alguma coisa aconteceu no 401: um tributo literário a Luizz Ribeiro” será lançada nesta quarta-feira (23), às 19h30, em uma live nos perfis facebook.com/eusoujorgerocha e facebook.com/alexius.edrus. Trata-se de um e-book construído coletivamente, com contos inspirados em faixas do disco “Alguma coisa vai acontecer no 401”, da banda Avyadores do Brazyl, criada por Luizz em 1982. O livro foi disponibilizado gratuitamente e pode ser acessado pelo link https://bit.ly/luizzribeiro.

— Luizz, além de amigo inesquecível, deixou uma obra belíssima. Ele foi um desbravador e, junto com outros grandes músicos, contribuiu para pavimentar a estrada que muita gente boa transita hoje. A sensação é de que ele sempre está por perto — afirmou Alexandro Florentino.

Além de Alexandro e Jorge Rocha, há no livro contos escritos por Márcio Aquino Freire e Wesley Machado, além de depoimentos do músico Reubes Pess, do radialista Paulo André Barbosa e do produtor cultural Romualdo Braga, todos amigos do líder dos Avyadores do Brazyl. O prefácio é assinado pelo escritor Winston Churchill Rangel.

— Sempre gostei de me aproximar de pessoas que tenho como referência e modelo de conduta. Algumas dessas pessoas foram tão importantes que acabamos desenvolvendo uma forte amizade. Luizz Ribeiro, figura musical fundamental da minha cidade natal, foi uma dessas pessoas importantes para mim — disse o jornalista e profissional de marketing Jorge Rocha, campista radicado em Belo Horizonte. — Desde a primeira vez em que eu o entrevistei para um jornal, até a última vez em que nos falamos por telefone, eu o admirei e tive a imensa satisfação em ser seu amigo. Em 2020, 10 anos após seu falecimento, essa admiração segue inabalável. E é por isso que encarei, junto com o parceiro e irmão Alexandro Florentino, organizar esse e-book para marcar a data e lidar um tanto com essa saudade e respeito — destacou.

Um dos autores escolhidos para o livro, o jornalista, escritor e compositor Wesley Machado guarda na lembrança o início da sua admiração pelo trabalho de Luizz e companhia.

— O primeiro show da banda Avyadores do Brazyl que eu vi e ouvi foi numa Festa pelo Dia do Trabalhador, no Parque de Exposições da Pecuária. Eu era um pré-adolescente, na primeira metade dos anos 1990, e fiquei encantado com o som da Avyadores. Depois vim a conhecer o líder da banda, Luizz Ribeiro. Algumas vezes encontrei com ele no bairro da Pecuária, onde eu morava. Assisti a outros shows da Avyadores e comecei a admirar principalmente o Luizz. Virei fã e, num desses shows, pedi a ele a paleta com que ele tocava, e ele me deu de presente. Até hoje sou um fã do Luizz e da Avyadores, por terem produzido música de qualidade e por serem de Campos, cidade onde nasci, moro e amo — afirmou.

Músico multitalentoso, com atuações como guitarrista, violonista, percussionista, contrabaixista e vocalista, Luizz Ribeiro integrou na década de 1970 a Banda Lúcia, uma das pioneiras do rock em Campos. Em 1982, fundou a Avyadores do Brasil, que, além do rock, incluía em seu repertório o blues, o reggae e afins. Luizz morreu em 23 de outubro de 2010, aos 57 anos. Ele tratava um câncer e teve complicações após o aparecimento de um edema na perna. Desde 2014, o dia 6 de maio é marcado como Dia do Rock Goitacá, em homenagem a Luizz Ribeiro, que nasceu nesta data em 1953. (M.B.) (A.N.)