Astrólogos apontam para um 2021 que inaugura uma nova proposta de ser e estar no mundo, embora desafios surgidos em 2020 permaneçam ao longo do próximo ano.
Não precisa sequer acreditar em astrologia para, a cada véspera de Ano-Novo, reservar um tempinho para, ainda que discretamente, atualizar-se sobre o que dizem os astros quanto ao ciclo que se inicia. E agora, depois de um 2020 em que o mundo se viu surpreendido pela emergência da maior crise sanitária do último século, é grande o desejo de vislumbrar por uma fresta astral o que 2021 trará.
A sentença é, de maneira geral, a de que o próximo ano será menos surpreendente, mas tão desafiador como este que agora se encerra. Além disso, é clara a tendência para a quebra de paradigmas socioculturais, de forma que um senso de comunitarismo deve, aos poucos, ir ocupando o espaço do individualismo. Ao mesmo tempo, o desejo de estabilidade tende a perder força, enquanto ideias novas devem ser fortalecidas a partir de 2021 — o que implica inovação não apenas tecnológica, mas também política, econômica e social.
A astrologia não faz previsões, mas aponta caminhos, que dependem da ação individual para se concretizarem.
Há uma grande ansiedade pela vacina (contra a Covid-19), como se tudo fosse voltar a ser como antes. Isso não vai acontecer. Não vamos ficar livres tão rapidamente; 2021 será um ano desafiador, que vai exigir resiliência e disposição para aprender, assim como aconteceu em 2020, mas que trará menos surpresas.
Podemos esperar uma quebra de paradigmas. Este será o início de uma nova era com Júpiter e Saturno na casa do signo de aquário, que tem como elemento o ar, depois de terem ficado cerca de 200 anos no signo de capricórnio, cujo elemento é a terra. Quando pensamos em terra, pensamos em estabilidade, tradicionalismo, estrutura e até em nacionalismo. E estes são componentes que refletem o cenário construído nos últimos dois séculos.
Na Astrologia, Júpiter e Saturno em Aquário durante o ano de 2021 representarão um sinal de entrada na Nova Era. Segundo a astróloga Andreia Modesto, o século XXI promete ser um período de expansão da tecnologia e tentativa de se chegar a uma “identidade planetária”, capaz de reunir a todos em uma mesma família.
Isso porque Aquário é o signo que representa o interesse pelas questões do “coletivo” e que motiva a ação e participação no “mundo lá fora”, o que significa responsabilidade e cooperação para si e para os outros.
Após um ano fechado com Júpiter e Saturno presos no signo de Capricórnio, um tempo novo se anuncia se apoiando no valor da ciência, do conhecimento e, sobretudo, na percepção de que é preciso rapidamente viver de outra maneira, com outros valores, hábitos e metas, diz a especialista.
Para ela, o mundo vive uma fase de transição, na qual é preciso abrir a consciência e perceber a vida sob um ângulo que não seja o da individualidade.
Neste 21 de dezembro, os dois planetas se encontram a zero grau de Aquário, conjunção motivadora para todos. Durante os dois primeiros meses de 2021, a concentração de planetas em Aquário mostra a liberação desse processo de quarentena.
A soma total de 2021 é o 5 (2 + 0 + 2 + 1). É saída do “engessamento” do número 4 para a vibração de expansão e abertura do número 5, que, assim como o número 3, representa estímulos físicos e intelectuais, flexibilidade, curiosidade, entusiasmo, coragem, otimismo, cabeça aberta e desejo de viver.
O próximo ano começar na próxima sexta-feira (31), dia de Vênus e Lua em Leão, esticando a preguiça no feriado prolongado até a segunda-feira (4), com Lua em Virgem, lembrando que é hora de morder a vida e tentar fazer o melhor. Para a Andreia, é o momento de torcer pelas vacinas, pela saúde e pela transformação desse planeta num lugar bem melhor para se viver.
Início do verão, e com o raro alinhamento de Júpiter e Saturno, começa a nova era de Aquário, tão esperada desde os anos 1970, quando a música “Age of Aquarius”, do The Mamas and The Papas, embalou toda uma geração e virou trilha sonora do filme “Hair”.
Nesse novo tempo, que dura 2.160 anos, as características aquarianas mais básicas, como igualdade, solidariedade e fraternidade, irão reger o mundo. Acredita-se que a nova era será capaz de levar a energia carregada de 2020 e começar a trazer ares mais justos, mais livres e mais felizes. Fala-se ainda que será um período de autoconhecimento, de olhar para dentro. Assim seja!
Para entender a coisa não é necessário recorrer a livros de astrologia. Basta traduzir do inglês a letra que se tornou ícone da contracultura.
“Quando a Lua está na sétima casa/ E Júpiter se alinha com Marte/ Então a paz guiará os planetas/ E o amor guiará as estrelas/ Este é o amanhecer da era de aquário/ Harmonia e compreensão/ Simpatia e confiança”, diz a letra escrita pelos atores James Rado e Gerome Ragni, que conceberam o musical em 1967.
“Hair” estreou em Nova Iorque e ficou em cartaz por 45 dias. Depois, fez muito sucesso no palco da boate Cheetah até chegar à Broadway, onde aconteceram 1.750 apresentações.
No festival de Woodstock, marco hippie em 1969, por várias vezes a plateia quebrou o silêncio entre um show e outro cantando “Aquarius/Let the Sunshine In”, em coros de dezenas de milhares de vozes. Um desses momentos, debaixo de chuva forte, está registrado no álbum duplo “Woodstock Two”, lançado em 1971.
“Aquarius” era praticamente o mapa astral da nova era alardeada no epicentro hippie na Califórnia da segunda metade dos anos 1960.
Segundo os estudiosos da área, as mudanças não acontecem do dia para a noite. Acredita-se que nas últimas décadas a energia já rondava a vida das pessoas e do mundo. A transição vem acontecendo desde os anos 1960. Assuntos como meio ambiente, justiça social, tecnologia e ciência, dizem, estarão em plena ascensão nos próximos 2 mil anos.