As composições de Lorin Maazel, maestro francês, incluíam concertos escritos para o violoncelista Mstislav Rostropovich e o flautista James Galway, e “The Ring Without Words”, uma síntese sinfônica do ciclo do Anel de Wagner. Sua adaptação operística do romance de George Orwell, 1984, estreou em 2005 na Royal Opera House e foi amplamente ridicularizada como um projeto de vaidade. “Nunca vi críticas tão odiosas”, disse ele.

Lorin Maazel nasceu em 1930 em Neuilly-sur-Seine, nos subúrbios de Paris. Ele disse ser capaz de cantarolar a canção de ninar de Brahms aos oito meses. Encantado com sua afinação perfeita e memória fotográfica, seus pais americanos, Marie e Lincoln— um ator, poeta e cantor cujos próprios talentos foram ignorados por seu pai violinista — se mudaram para Los Angeles, onde Maazel teve aulas de violino e piano desde os cinco anos. Ele começou a estudar regência com Vladimir Bakaleinikoff em 1937. Aos 11 anos, o prodígio rechonchudo regeu na Feira Mundial de 1939, dividiu um palco com Leopold Stokowski no Hollywood Bowl e foi entrevistado pela revista Time, declarando: “Eu ainda tenho muito trabalho árduo pela frente.” Lorin Maazel foi o regente mais prolífico da sua geração, uma criança prodígio que se apresentou com a Filarmônica de Nova York aos 12 anos.

Nascido em Paris, criado nos Estados Unidos e fluente em inglês, francês, alemão e italiano, Maazel regeu mais de 150 orquestras em mais de 5 mil óperas e concertos, e fez pelo menos 300 gravações. Conhecido como um técnico de ritmo claro, celebrado por seu trabalho educacional e de caridade, Maazel permaneceu uma figura irascível e misteriosa ao longo de sua carreira longa, lucrativa e turbulenta. “Nunca procuro uma atuação perfeita”, disse ele em 2003; “Procuro uma atuação apaixonada”. Em agosto de 1942, estreou na Filarmônica de Nova York, regendo um programa que incluía a “Abertura para as Bodas de Fígaro de Mozart” e a “Quinta Sinfonia” de Beethoven. “Sem dúvida, alguns estavam céticos”, relatou o The New York Times, “mas no final da noite não havia dúvidas sobre os talentos do menino. A multidão aplaudiu com entusiasmo, chamando-o de volta ao palco quatro vezes, e não mostrou disposição para se dispersar”.

Quando tinha 17 anos, Maazel se matriculou na Universidade de Pittsburgh, sustentando-se tocando violino e atuando como maestro aprendiz da Sinfônica da Universidade. “Eu trabalhava o dia todo, tinha um quarteto de cordas, dava recitais de violino e ia à escola noturna das oito à meia-noite para estudar economia, literatura, francês e russo”, lembrou. Foi o maestro italiano Victor de Sabata quem o convenceu de que a regência era a sua vocação, e a Europa, o seu destino. Na década seguinte, ele fez uma série de estreias na Europa e na América, muitas vezes dirigindo pelo violino. Em 1960, foi o primeiro maestro dos Estados Unidos e o mais jovem maestro a se apresentar em Bayreuth. Fez sua estreia no Metropolitan Opera em 1962. Maazel mudou-se para a Orquestra de Cleveland em 1972, para desgosto dos músicos que votaram 96 a 2 contra ele, ocupando o cargo de diretor artístico por 10 anos. Foi diretor artístico em Viena por apenas dois anos, lutando amargamente com os burocratas austríacos.

Saindo de Viena em 1984, Maazel anunciou que se concentraria na regência convidada, e só assumiu a direção da Orquestra Sinfônica de Pittsburgh (1988-1996) após um prolongado namoro. Ele descreveu a diretoria musical da Filarmônica de Nova York, que ocupou de 2002 a 2009, como “o ápice” do seu campo. “A orquestra que encontrei tinha problemas de autoestima. A reputação deles não era o que deveria ser”, lembrou. “Portanto, tornou-se meu objetivo restaurar a crença neles mesmos. E saio com a sensação de que tenho tido muito sucesso.” Ele abriu sua temporada inaugural com a estreia mundial de “On the Transmigration of Souls”, de John Adams, escrito para comemorar os ataques ao World Trade Center, de 11 de setembro de 2001. Em sua última temporada, ele ganhou quase $ 3,3 milhões, enquanto a própria Filarmônica sofreu uma operação déficit de US$ 4,6 milhões. Atuou como diretor musical da Orquestra de Cleveland, da Orquestra Sinfônica de Pittsburgh, da Filarmônica de Nova York e da Orquestra Sinfônica da Rádio da Baviera, e como regente chefe da Deutsche Oper Berlin e da Vienna State Opera. Morreu de complicações de pneumonia em casa; ele estava ensaiando para o sexto festival de Castleton.

Lorin Varencove Maazel, maestro e compositor: nascido em Neuilly-sur-Seine, França, 6 de março de 1930; casado; três filhas e um filho do primeiro casamento, uma filha e dois filho do segundo. Morreu em Castleton, Virgínia, em 13 de julho de 2014. Um verdadeiro gênio!