Grupo Folha promove debate entre os candidatos a prefeito de Campos
26/11/2020 21:30 - Atualizado em 27/11/2020 11:51
Mantendo a tradição democrática, o Grupo Folha promoveu, na noite desta quinta-feira (26), o penúltimo debate entre os candidatos a prefeito de Campos Caio Vianna (PDT) e Wladimir Garotinho (PSD). A três dias do segundo turno, no domingo (29), o eleitor campista teve mais uma oportunidade para comparar propostas e escolher em quem votar. O encontro, mediado pelo radialista Cláudio Nogueira, foi marcado pelos ataques sobre as famílias dos dois prefeitáveis que já governaram o município, além das críticas a atual gestão do prefeito Rafael Diniz (Cidadania).
O debate teve transmissão da Plena TV (nos canais 24 e 406 HD da Blue; 181 da NET-Claro; 3 e 403 HD da VerTV; 31 da SFNet), Rádio Folha FM (98,3) e no site Folha 1 (folha1.com.br), além das páginas oficiais do Grupo Folha nas redes sociais. Um grupo de empresários também se reuniu na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) para acompanhar ao vivo o encontro entre os prefeitáveis (aqui).
O primeiro bloco, com apresentação dos dois candidatos, não teve ataques diretos, mas foi a partir do segundo, com perguntas e respostas entre os prefeitáveis, que o clima começou a esquentar. Mesmo assim, a banca formada pelos advogados João Paulo Granja e Andral Tavares Filho, além do jornalista Ricardo André Vasconcelos não precisou ser acionada para analisar nenhum pedido de direito de resposta. Em um dos momentos mais tensos, Caio questionou qual seria a participação do ex-governador Anthony Garotinho em um eventual governo do seu adversário, enquanto Wladimir questionou que o pedetista estaria escondendo a mãe Ilsan Vianna.
— Você está escondendo o seu pai, assim como sua mãe o escondeu em 2008, quando tirou o Garotinho e concorreu apenas como Rosinha. Qual a real participação dele na sua campanha e no seu governo? Fica claro pelas redes sociais que seu pai continua ativo na sua campanha, fazendo negociatas com políticos. Sempre falei do meu pai e tenho orgulho dele e da minha mãe. Mas eles não foram presos por roubar dinheiro do povo, como seus pais foram — afirmou Caio.
— Não escondo, meu nome é Wladimir Garotinho com muito orgulho. Diferente de você, que esteve em encontros com meus pais para falar mal do seu pai. Você é quem não faz nenhum ato de campanha com sua mãe Ilsan. Eu tenho personalidade própria e assim vamos governar. Você está tão desesperado para ganhar voto que está apelando. Várias vezes já discordei do meu pai, o que faz parte da vida. Mas você não é humilde de admitir que foram Garotinho e Rosinha que falaram para você se conciliar com Arnaldo Vianna — respondeu Wladimir.
Quando o tema foi transporte público, os dois candidatos prometeram acabar com os terminais de integração do atual modelo tronco-alimentador, atacando a gestão Rafael. “O atual ex-prefeito mentiu para as pessoas. Conversaram com permissionários, com as empresas, mas o modelo não funcionou e eles largaram as pessoas no terminal da humilhação. Vamos acabar com os terminais logo na primeira semana de governo. Isso gera desemprego, falta de circulação na área central. Junto com sindicatos, com os permissionários das vans, vamos construir um modelo que funcione na base da confiança”, declarou Wladimir.
“No discurso é muito bonito, mas é preciso lembrar que na gestão da sua família, em 2012 e 2013, foi quando aconteceram diversas greves e diversas manifestações de pessoas sem conseguir se locomover, com ônibus sucateados por falta de repasse para garantir passagem social. Fala que vai resolver, mas foram vocês que criaram o problema. Claro que vamos acabar com terminais, teremos vans e ônibus circulando para garantir o acesso das pessoas à área central”, respondeu o pedetista.
Os dois candidatos voltaram a trocar “farpas familiares” quando falaram sobre Saúde e Rafael Diniz voltou a ser personagem. Wladimir propôs a criação de uma emergência pediátrica no PU de Guarus e Caio lembrou que a ex-prefeita Rosinha Garotinho, mãe de Wladimir, preferiu construir a Cidade da Criança em vez de um hospital especializado.
“Lamentável que vocês optaram por criar a Cidade da Criança e não um hospital da criança quando tinha fartura de dinheiro. Durante a gestão da sua mãe, sucatearam equipamentos de saúde, como o Hospital Ferreira Machado (HFM), compraram um elevador maior do que o buraco da parede. Essa experiência de desperdício de verba pública não queremos. Talvez, por ser obras do Arnaldo, não reformaram o HGG. O hospital precisa de reforma urgente, o HFM precisa ser reequipado, as UBS têm de ser entregues, que foram fechadas por Rafael. Garantir atendimento descentralizado. Está faltando gestão, que é algo que vocês mostraram não saber”, atacou Vianna.
“O candidato ainda não percebeu que a eleição é entre eu e ele. O pai dele responde a 116 processos. Mas a eleição é entre Wladimir e Caio. Ele não tem experiencia, capacidade administrativa. Está falando de saúde, mas tem o apoio do vereador Abdu Neme, que foi secretário de Saúde de Rafael e teve mais de R$ 1 bilhão em orçamento, mas destruiu a Saúde de Campos. Posso falar da minha experiência como parlamentar, eu sei onde buscar os recursos, enquanto ele é só conversa”, retrucou o candidato do PSD.
Um dos temas mais importantes e que o próximo prefeito terá de enfrentar de frente será a crise financeira e a queda de arrecadação dos royalties do petróleo. Wladimir questionou o adversário sobre quais propostas para aumentar a receita de ICMS a partir da regularização do Declan, que é uma declaração instituída pelo Estado com a finalidade de se levantar informações econômicas das empresas, para que se possa auxiliar na apuração do valor da participação dos municípios no valor arrecadado.
“Ele vem falando que agredi a família dele, mas não é verdade. Tenho falado a verdade. A Justiça Eleitoral já me deu direito de resposta porque utilizou mais de 50 post tentando me associar a Rafael Diniz. Estou lembrando a população o que fizeram quando tiveram mais de R$ 20 bilhões. O que posso dizer é que toda crise financeira tem dedo da sua família, com empréstimo em 2014, rombo da Previcampos, obras inacabadas. Isso gera crise financeira. Estamos propondo que Campos se reposicione dentro do setor produtivo, com criação de zonas especiais de negócio, investimento em agricultura familiar e Fundecam, que foi criado por Arnaldo”, argumentou Caio.
No lado de fora da Folha da Manhã, a Polícia Militar e a Guarda Civil Municipal fecharam o trânsito no trecho da rua Carlos Lacerda e fizeram cordão de isolamento para garantir a segurança de militantes, dos candidatos e dos colaboradores do Grupo Folha. A maioria dos cabos eleitorais que estiveram presentes eram ligados ao grupo de Wladimir Garotinho.
Confira o debate: 

ÚLTIMAS NOTÍCIAS