Eleitores reclamam de espera, aglomeração e falta de proteção sanitária
- Atualizado em 15/11/2020 15:48
Eleitores encontraram sérias dificuldades em votar neste domingo em algumas zonas eleitorais de Campos. Mais do que isto, submetidos a condições em que não eram observadas medidas de proteção sanitárias contra a Covid-19. O médico infectologista Rodrigo Carneiro se queixou da situação de aglomeração e falta de ventilação no Instituto Politécnico de Ensino (IPE), na Rua Tenente Coronel Cardoso (Formosa).
— Foi nítida a falta de preparação para receber os eleitores. Colocaram duas seções eleitorais numa mesma sala, perto de onde permaneci aproximadamente 80 minutos num estreitíssimo corredor com umas 30 pessoas numa aglomeração sem ventilação alguma. A Justiça Eleitoral te obriga a votar, mas não oferece as condições sanitárias adequadas numa situação de pandemia. Quando procurei o responsável pela Justiça Eleitoral, um homem a de uns 50 anos disse que era fiscal de prédio do TRE-RJ e não poderia fazer nada. E que eu deveria fazer a reclamação junto ao cartório eleitoral. A gente fica com uma sensação de impotência numa situação como essa — desabafou o médico.
O chefe da fiscalização no local de votação, Marcus Vinícius, justificou os transtornos. “Realmente houve um horário de pico, uma movimentação muito grande entre 11h e 12h, mas logo procuramos remanejar o pessoal de algumas seções para onde havia maior acúmulo de trabalho. Logo o problema foi corrigido”, explicou.
No Ciep da Lapa, a aposentada Glória Silva reclamava da organização da fila e o fato de ter sido impedida em exercer o direito à prioridade. “São 9h30, não vou encarar esta fila de 20, 30 pessoas de jeito nenhum. Não anunciaram que idosos teriam preferência de 7h às 10h? Onde está essa prioridade? Se não der para votar, volto agora para casa”, decidiu.
No mesmo Ciep, o mecânico aposentado Gedílson Arueira, de 63 anos, conseguiu se livrar de contratempos, mas não sem antes partir em direção dos responsáveis pela organização da fila. “Tenho 63 anos e fiz valer os meus direitos. Os caras ficam olhando a fila crescer e não fazem nada. Mas tiveram que fazer logo porque fui lá reclamar e organizaram duas filas. Reclamar resolve, sim. Se não levantasse o dedo ficaria lá o tempo que eles quisessem”, relatou Gedílson.
Na 75ª Zona Eleitoral, no Centro Municipal de Educação Integral (CEMEI), no Parque Aurora, a desorganização desestimulava o eleitor. Nas sessões 263 a 277, impressionavam o tamanho da fila e a aglomeração, assim como as pessoas que ignoravam as marcações no piso que pediam a manutenção da distância entre eleitor e mesário, a fim de garantir a segurança sanitária em função da Covid 19.
Acompanhado da esposa, o supervisor técnico Leonardo Silva Leitão, de 44 anos, reclamou da espera e da aglomeração. “Aqui está tendo uma aglomeração e uma espera sem necessidade, fruto da falta de organização. Uma verdadeira bagunça isso aqui”, protestou.
Já o aposentado Cléber Gomes Viana, 63, reclamava da falta de informação. Segundo ele, os fiscais informaram errado o local de votação e fizeram com que ele subisse e descesse as rampas do CEMEI por duas vezes, uma dificuldade a mais para quem não tem uma das pernas, anda com auxílio de muletas e quer exercer seu direito ao voto.

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