Covid: aumento não é alarmante
Aluysio Abreu Barbosa e Channa Vieira - Atualizado em 10/11/2020 20:39
Unimed - Campos
Unimed - Campos / Antônio Leudo
Campos vem registrando aumento de casos positivos de Covid-19 nas últimas quatro semanas. Diante do crescimento, o Hospital da Unimed suspendeu, desde o último dia 4, as cirurgias eletivas da unidade. Mas, diferente do que foi divulgado em áudios anônimos de WhatsApp, que viralizaram nas redes sociais, o avanço da doença ainda não preocupa. E, por enquanto, não é nada que tire o município da Fase Verde do plano de enfrentamento ao novo coronavírus, que foi prorrogada até o dia 15 de novembro. A informação é da chefe da Vigilância em Saúde de Campos, a médica infectologista Andreya Moreira. E foram, em parte, endossadas pelo diretor-médico do Hospital Dr. Beda, o médico oncologista Diogo Neves. Até a noite dessa terça-feira, 10, o município contabilizava 435 mortes e 9.180 casos de infecção pelo vírus. Destes, 7.758 pacientes estão recuperados da doença.
Os áudios falavam de uma suposta superlotação da rede privada do município. Na última segunda-feira, dia 9, Andreya explicou que, apesar do aumento de casos, a Unimed abriu em seu hospital seis novas vagas de UTI específicas para Covid, que tinha, até a data, dois infectados pela doença, com outros 14, em casos menos graves, internados em leitos clínicos. Em relação ao Dr. Beda, Diogo informou, nessa terça-feira, que três pessoas infectadas pela Covid estavam em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e outras 13, em leitos clínicos. O médico esclareceu que, pelo menos no Beda, o aumento de casos ainda não preocupa e está longe de atender o mesmo número de casos de dois meses atrás.
Na rede pública, também na última segunda, Andreya informou que o Centro de Controle e Combate ao Coronavírus (CCC), instalado na Beneficência Portuguesa, tinha 15 doentes de Covid internados na UTI, em um total de 29 leitos, além de outros 25 em leitos clínicos, setor que conta ao todo com 60 leitos. “Na rede pública, não temos aumento de ocupação até o presente momento”, reafirmou a secretária de Saúde de Campos, Cintia Ferrini.
A Prefeitura informou, ontem, que 14 pacientes seguem internados na UTI do CCC e outros 28 ocupam leitos clínicos da unidade. Do total de leitos exclusivos para Covid-19 nos hospitais públicos e contratualizados do município, 55% das Unidades de Terapia Intensiva estão ocupadas e 38% das enfermarias estão com pacientes.
Apesar de os dados divulgados não mostrarem lotação, a Prefeitura revelou que o CCC realizou, na segunda-feira, 90 atendimentos, o que representa uma alta, já que a média estava em 60 neste mês de novembro. De acordo com o órgão, o Centro de Controle já chegou a ter uma média de 150 pacientes buscando atendimento.
Após os áudios da suposta superlotação de pacientes de Covid na rede privada de Campos viralizarem, o Gabinete de Crise do município emitiu nota desmentindo a notícia e evitar alarmismos.
“O Gabinete de Crise de enfrentamento ao Coronavírus está monitorando o aumento de internações na rede particular e informa que na rede pública, até a presente data, 09/11, tem se mantido uma média de 50% de ocupação, com pouca oscilação. Não procede a informação de lotação dos leitos do Centro de Controle, tampouco de unidades hospitalares municipais.
Cabe lembrar que a decisão de mudança ou permanência de fase (Verde) é tomada a partir de avaliação técnica criteriosa da Prefeitura, somada à análise do Departamento de Vigilância em Saúde sobre o cenário epidemiológico”. 
Estudo clínico da CoronaVac em suspensão
O que o mundo inteiro aguarda, agora, está ainda mais distante para os brasileiros. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu manter a suspensão dos testes de estudo clínico da vacina CoronaVac. A suspensão ocorreu por causa de um “evento adverso grave”: a morte de um voluntário brasileiro. A polícia, no entanto, confirmou que a causa da morte foi suicídio. Os órgãos responsáveis disseram que não há previsão de retorno desses testes.
De acordo com o presidente da agência reguladora, Antonio Barra, a decisão foi tomada pela área técnica da Anvisa a partir de informações encaminhadas ao órgão pelo Instituto Butantan, laboratório que conduz os estudos no Brasil.
Em coletiva de imprensa ontem, Barra disse que a agência seguiu o que está previsto nos protocolos de Boas Práticas Clínicas para este tipo de procedimento.
“Quando temos eventos adversos não esperados, aqueles que no primeiro momento não conseguimos estabelecer uma correlação, a sequência de eventos é uma só: a interrupção do estudo”, disse Barra, ressaltando que, em caso de descumprimento de protocolo, “a responsabilidade é nossa diante da repetição desse mesmo evento”.

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