Uma servidora aposentada foi ao Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Campos (Previcampos) cobrar o pagamento dos 50% do salário referente a outubro, que ainda não tem previsão de ser efetuado. Com um cartaz pedindo respeito, a professora aposentada de português e literatura Lurdes Julião Soares, de 56 anos, disse que só sairá do Previcampos quando estiver com seu salário em conta. A Guarda Civil Municipal foi acionada para tentar acalmar os ânimos.

Além de cobrar os 50% de outubro, Lurdes também reivindica o pagamento integral do mês de novembro. "Não vou sair daqui enquanto o salário não estiver na conta", disse a professora aposentada.

Representantes do Sindicato dos Profissionais Servidores Públicos Municipais de Campos (Siprosep) chegaram a ir até o Previcampos para dar apoio à aposentada. Segundo a presidente do Siprosep, Elaine Leão, o protesto da servidora é um ato de desespero pela falta de pagamento. "É um ato de protesto, mas também é um ato de desespero. Nós estamos aqui fora para garantir que ela está protegida, pois estamos do lado dos servidores sempre. Agora nós aguardamos a resposta e o salário na conta", declarou Elaine. 

O clima de cerco com a proibição de entrada de alimentos para a manifestante e a promessa da mesma de, caso seja necessário, dormir na Previcampos acirrou os ânimos de alguns aposentados que se reuniram dando apoio a colega.

O Grupamento de Operações Especiais (GOE) da Guarda Civil Municipal se manteve dialogando e tentando convencer Lurdes a protestar do lado de fora.

A presidente do Siprosep esteve no Previcampos para conversar com os diretores financeiros e buscar uma saída para aposentados desesperados como Lurdes. 

Em nota, o PreviCampos afirmou que “sempre prezou pela boa conduta e diálogo junto aos aposentados e pensionistas e que, quanto ao pagamento dos 50% restantes aos aposentados e pensionistas vinculados ao órgão municipal, foi informado em reunião entre diretor financeiro do PreviCampos e o Siprosep, na última semana. O pagamento aos servidores ativos e inativos é prioritário“.

A nota diz ainda que, “com a receita de verbas direcionadas a pastas como da Saúde e Educação, foi possível quitar os pagamentos aos servidores ativos. O município aguarda a entrada de recursos dos royalties, previstos para esta semana, para conclusão de pagamento aos servidores inativos. As participações especiais referentes a agosto e novembro, que também seriam utilizadas para pagamento da Folha, vieram zeradas este ano. Somente este ano, Campos já perdeu quase R$ 200 milhões em royalties e participações especiais”.