Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas da Uenf festeja 8 anos com bate-papos on-line
Matheus Berriel - Atualizado em 17/11/2020 17:25
 
 
Na semana em que é comemorado o Dia da Consciência Negra (sexta-feira, 20), o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) Darcy Ribeiro comemora o seu oitavo aniversário com um evento virtual. Serão dois dias de debates, nesta quinta (19) e na própria sexta, sobre educação, racismo, pandemia e cultura, na plataforma Google Meet. As inscrições terminam nesta quarta (18) e podem ser feitas pelo endereço eletrônico www.encurtador.com.br/bszGU.
— Nesses oito anos, o Neabi vem trabalhando principalmente na parte de formação. Nós temos um grupo de estudos que reúne sempre para debater algum tema dentro das relações étnico-racias. Em todos os aniversários do Neabi, temos uma programação que é também de formação, realizada como evento no Centro de Convenções. Só neste ano realizaremos de forma virtual, obviamente, por causa da pandemia, pois é a única modalidade que nos resta neste momento — disse a coordenadora do Neabi, Clareth Reis, que ocupa o cargo desde a criação do núcleo, em 2012.
Clareth será a responsável por mediar o bate-papo “Educação, racismo e pandemia: o contexto da população negra e de povos indígenas no Brasil”, marcado para as 18h desta quinta. Foram convidados os professores Helena Theodoro e Felipe Tuxá. Presidente do Conselho Deliberativo do Fundo Elas e coordenadora da Liga Universitária de Pesquisadores e Artistas (Lupa), grupo de pesquisa sobre Carnaval da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ela é também autora de vários livros, sendo o mais recente deles “Martinho da Vila: reflexos no espelho”. Já Felipe Tuxá é professor da Universidade do Estado da Bahia, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e membro do Comitê de Indígenas Antropóloges da Associação Brasileira de Antropologia (ABA).
— A comemoração dos aniversários do Neabi reafirma o nosso compromisso com a luta antirracista. O Neabi tem uma preocupação tanto com a questão negra, quanto com a questão indígena. Eu, como coordenadora, não tenho uma formação mais aprofundada sobre a questão indígena. Por isso a gente traz parceiros. Em praticamente todos os aniversários do Neabi, nós trouxemos um participante da questão indígena para falar sobre essa questão, que para nós é muito importante — comentou Clareth Reis.
Na sexta, também às 18h, será a vez do bate-papo musicado “O samba e as aprendizagens pelos modos da vida”, com mediação do músico Lucas dos Santos Silva, que cursa pedagogia na Uenf e é membro do Neabi. A conversa terá ainda a professora Cléa Leopoldina Moraes Almeida, filha do importante sambista Jorge da Paz Almeida (in memoriam), e o coordenador do Grupo de Estudos e Práticas Musicais (GPMU) da Uenf, Giovane do Nascimento.
Ainda no Dia da Consciência Negra, haverá o encerramento do projeto “Rede de Conversas”, realizado virtualmente pelo Neabi/Uenf. Um dos membros, Lilo Melo, falará sobre os efeitos da iniciativa para o núcleo e o público participante.
— Para nós, a consciência negra é algo que deve se fazer durante todo o ano. Mas, também achamos importante comemorarmos, sim, o mês da consciência negra, porque damos uma sacudida na sociedade. Isso mostra que nós estamos fazendo alguma coisa, que tivemos algumas conquistas, embora a luta seja contínua. É uma luta árdua, uma luta que já vem de séculos — afirmou Clareth Reis. — Para nós, comemorar a consciência negra é rever as coisas boas que conseguimos, mesmo com todos os percalços, e ao mesmo tempo um momento de a gente analisar criticamente a situação de negros e indígenas dentro da nossa sociedade — pontuou a coordenadora do Neabi.

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