Campos mais uma vez sem repasse de PE
10/11/2020 20:17 - Atualizado em 19/11/2020 18:32
Pela segunda vez na história, neste mês de novembro, Campos não receberá participação especial (PE) pela exploração de petróleo na Bacia de Campos. O repasse, referente à produção do terceiro trimestre de 2020, está previsto para esta quarta-feira (11) e, entre os municípios da região, só vai contemplar Quissamã.
Em agosto, Campos, que vem amargando sucessivas quedas nos repasses dos recursos do petróleo, também não recebeu PE, fato até então inédito, desde que a participação começou a ser paga aos municípios produtores, em 2000. 
No mês de maio, Campos, que já chegou a receber R$ 230 milhões em um único depósito de PE (novembro de 2008), registrou o menor repasse da história até então, de R$ 1,1 milhão, pela produção de petróleo e gás no primeiro trimestre de 2020.
A queda de arrecadação, que começou a se desenhar em 2015 e se acentuou no ano seguinte, atingiu em cheio o governo municipal em 2020, quando os dois repasses de PE somados, em fevereiro e maio, não ultrapassaram R$ 7 milhões, valor considerado muito baixo até mesmo para os depósitos mensais.
Em comparação com o mesmo período do ano passado, quando o município já havia registrado queda nas receitas do petróleo, Campos já teve uma perda de mais de R$ 190 milhões em 2020.
— Mais uma vez está comprovado o que sempre falo: O dinheiro acabou. O tempo de fartura dos royalties, quando houve tanto desperdício, acabou. Pela segunda vez na história de Campos, a participação especial veio zerada, o que mostra que o único caminho é de uma gestão responsável, com austeridade, ao mesmo tempo em que se aumenta a arrecadação própria — ressaltou o prefeito de Campos, Rafael Diniz.
Único município da região a receber PE em novembro, Quissamã terá R$ 1.456.858,74 depositados nesta quarta, valor 42% superior ao repassado em agosto (R$ 1.025.792), referente à produção do segundo trimestre deste ano.
— Passamos por crises sérias nestas últimas duas décadas e isso exige austeridade de um governante. Infelizmente, o governo anterior não ouviu a palavra técnica e seguiu o que alguns colaboradores achavam melhor politicamente fazer, prometer e não cumprir, empregar e não pagar. Com anos de experiência e aprendizagem, Carla Machado, com sua equipe, administrou esse período de transição do pós-sal para o pré-sal e mesmo com participações especiais zeradas, deu continuidade em sua administração e vem cumprindo com responsabilidade a tarefa de um gestor de respeito. Sobre as participações especiais, não é segredo para ninguém e já venho falando há muito tempo, para não contarem com esse incremento no orçamento municipal, pois é um plus que temos das empresas que fazem a exploração petrolífera em nosso litoral. Nada desses últimos repasses é surpresa e as consequências foram faladas para todos. Só não se preveniram aqueles que não acreditaram. E não quero ser pessimista, mas o pior está por vir. Sejamos austeros e vigilantes — ressaltou o superintendente de Petróleo e Gás de São João da Barra, Wellington Abreu.

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    Joseli Matias

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