Mercado de imóveis aquecido nas praias
Paulo Renato Pinto Porto 31/10/2020 10:51 - Atualizado em 31/10/2020 11:32
Casa de veraneio para alugar
Casa de veraneio para alugar / Rodrigo Silveira
No primeiro verão neste período de pandemia da Covid 19, o ramo imobiliário está imunizado contra a crise, particularmente quanto à procura por aluguel de casas nas praias da região. O panorama já antecipa um aquecimento inicial com preços mais elevados, face ao movimento de procura maior do que a oferta nas praias de Farol de São Thomé, Atafona e Grussaí.
A corretora Edilza Mothé informa que o aluguel de uma casa de dois ou três quartos numa dessas principais praias da região nesta temporada tem variação entre R$ 3 mil e R$ 4 mil. “Há, no entanto, proprietários que tem colocado o preço lá em cima, em torno de R$ 10 mil a R$ 12 mil. Mas na medida em que o verão se aproxima a tendência é o preço cair”, frisou. O período de aluguel na temporada é de três meses, de dezembro a fevereiro.
Daniel Terra, outro corretor imobiliário, explica que o isolamento social dos proprietários durante a pandemia gerou um recuo na oferta de imóveis para aluguel.
— Neste ano atípico, muitos proprietários preferiram não alugar suas casas para temporada. Durante a pandemia muitos ficaram baste tempo em casa em isolamento com aquela monotonia, então preferiram desfrutar de sua casa na praia e não alugar. A procura este ano veio acompanhada de uma redução da oferta, o que encareceu um pouco o preço do aluguel — disse corretor Daniel Terra.
Terra admite que a procura este ano tem a soma de um componente que deve ter contribuído para o aquecimento no mercado de aluguéis. “Como eu disse, durante a pandemia, muita gente ficou em casa, não gastou com viagens, festas e não almoçou fora de casa por vários meses. Então, muitos ficaram com bom dinheiro guardado”, raciocinou.
No Farol, a boa procura por casas está relacionada também ao clima de menos agitação e maior tranquilidade na praia. “Como será um verão sem shows, os que preferem um verão mais tranquilo, menos agitado e sem aquela multidão, vêm para cá e têm procurado Farol”, admite o corretor Reinaldo de Vasconcelos.
Edilza Mothé assinala ainda o aumento da demanda por aluguel de casas na região de Lagoa de Cima. “Essa procura já havia crescido no ano passado, mas este ano tem sido maior. É uma região turística de nosso município que tem atrativos e merece ser mais olhada, com mais investimentos”
Em São João da Barra, particularmente, há também aquecimento na compra e venda de imóveis em razão dos investimentos no Porto do Açu. “Tem havido um crescimento contínuo nas vendas. São investidores que adquirem casas ou compram terrenos e lotes para construção de imóveis para serem alugados aos trabalhadores do Açu”, acrescentou Daniel Terra.
Também de olho na clientela do Porto do Açu, outros produtos a serem brevemente inseridos no mercado imobiliário de São João da Barra são os condomínios residenciais horizontais, como antecipou Daniel Terra.
O mercado imobiliário conseguiu passar rapidamente pela crise da pandemia, e hoje vive um reaquecimento, impulsionado pelos juros baixos no país.
— Hoje não tem inflação, o CDI está muito barato, comprar imóvel é bom. Então, é melhor do que ter dinheiro no banco, que não vai render nada — disse Elie Horna, fundador da Cyrela e presidente do conselho de administração da companhia ao jornal Valor Econômico.

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