O lendário pianista, produtor e compositor Dave Grusin foi indicado para 38 Grammys (ganhando 10), um prêmio Emmy e quatro prêmios Globo de Ouro. De suas oito indicações ao Oscar, levou para casa de melhor trilha sonora original por The Milagro Beanfield War. Ele trabalhou com uma lista ilimitada de nomes icônicos, que inclui Quincy Jones, Barbra Streisand, Warren Beatty, Steven Spielberg, Sydney Pollack, Robert Redford, Renee Fleming, James Taylor, Paul Simon e muitos outros. Sua carreira de seis décadas resultou em algumas das músicas mais comoventes e memoráveis para filmes de sucesso. Agora, essas realizações, bem como um olhar íntimo sobre o próprio homem, estão entrelaçadas no tipo de filme inspirador e edificante que todos nós precisamos ver: “Dave Grusin: Not Enough Time”.

Durante o documentário, há um clipe do tecladista e compositor sentado ao piano durante um show. Ele diz ao público: “Tenho um fator de gratidão que nem consigo expressar sobre ter permissão para ter esse tipo de vida”. E o que vida tem sido? Ao longo de uma carreira de seis décadas, Grusin tocou praticamente em todos os cantos do mundo. Ele musicou dezenas de filmes importantes, incluindo "Tootsie", "The Firm", "The Fabulous Baker Boys" e "On Golden Pond", ganhando oito indicações ao Oscar e levando uma, por sua trilha em "The Milagro Beanfield War" em 1988. Ele compôs os temas para uma série de programas de TV de sucesso, como "St. Elsewhere", "Maude", "Good Times" e "Baretta". Como artista, ganhou 10 Grammys, e como cofundador do selo de jazz GRP Records, ajudou a criar a tecnologia de gravação digital.

Todos nós conhecemos seu trabalho, mas muitas pessoas não sabem seu nome ou a surpreendente amplitude de sua arte. "Dave Grusin: Not Enough Time" pretende mudar isso. Ao longo do filme, Grusin é aberto e reflexivo sobre sua vida e trabalho. Ele diz que, ao compor suas partituras, o visual dita a música que ele criará. “O que me impressiona em um filme e que desencadeia qualquer tipo de ideia não é sobre a história — ou tem muito pouco a ver com ela”, explica ele. “É o que parece.” Um dos produtores do documentário acrescenta que, durante a produção, “alguém disse algo sobre cores. Grusin disse: Não vejo cores. Eu ouvi isso!”

Mas Grusin queria ser veterinário, e no filme ele lembra que, pouco antes de começar os estudos, experimentou o que chama de “essa terrível pontada de culpa por meu pai ter colocado todo esse tempo e energia em minha educação musical.” E acrescenta: “Ele nunca me desencorajou de seguir essa rota agrícola, mas eu ficava pensando: Espere um pouco. Talvez eu devesse tentar música por um minuto só para ver se funcionaria. Sei que isso o deixaria mais feliz — mesmo que ele não admitisse." Anos depois, quando a alma mater de Grusin, a Universidade do Colorado, quis dar o nome de seu music hall para ele, ele pediu que desse o nome em homenagem a seu pai.

Embora continue a se apresentar ao vivo e a criar música para projetos selecionados, Grusin leva uma vida mais tranquila atualmente. O documentário inclui cenas dele pescando com mosca em um rio perto de seu rancho em Montana, rodeado por uma paisagem magnífica, e brincando afetuosamente com uma criança — presumivelmente um neto — enquanto está sentado em um belo piano Steinway em sua casa no Novo México. Junto com convidados especiais, o documentário apresenta trechos de shows de Grusin em alguns dos mais importantes festivais de jazz do mundo; entrevistas com mais de 30 figuras importantes da música, cinema e jornalismo hoje (bem como membros da família Grusin); histórias de suas aventuras durante a década de 1960 na França; e no Brasil trabalhando com Quincy Jones, Michel Legrand e Antonio Carlos Jobim; trechos e música de muitos de seus filmes indicados ao Oscar; bem como entrevistas com funcionários administrativos importantes e músicos no centro da ascensão da GRP Records, o maior selo de vendas de jazz por cinco anos consecutivos, que foi fundado por Grusin e Larry Rosen, desenvolvedores do som GRP inovador e muito mais.

Maestro Ethmar Filho – Mestre em Cognição e Linguagem