A utilização de animais de tração em Campos é um resquício histórico de uma cidade dependente da economia rural. A popularização dos automóveis e a urbanização da cidade, mesmo em suas áreas mais ao interior, criaram contrapontos — até mesmo legais — ao uso destes animais para transporte. Mas, seja por lazer, necessidade ou falta de recursos financeiros para adquirir automóveis,estes animais de grande porte estão constantemente espalhados, pastando soltos e trazendo perigos para vias importantes, como a RJ 216 (Campos x Farol) e as avenidas: Arthur Bernardes, Alberto Lamego, Carmem Carneiro, José Carlos Pereira Pinto.

A presença dos animais soltos nas vias deve ser combatida pela gestão municipal por meio de denúncias feitas ao Centro de Controle de Zoonoses (CZZ), que tem o Marcelo Sales como diretor. Os proprietários são multados, quando identificados, e perdem os direitos sobre os animais, caso não apareçam em até cinco dias após a apreensão.

Quantas dessas apreensões foram feitas no último semestre, durante o período de pandemia do Covid-19, acabou sendo uma questão não respondida pelo órgão, assim como o destino os animais apreendidos.

O último acidente envolvendo estes animais, aconteceu no dia 16 de julho, deste ano, quando houve o recolhimento de dois cavalos soltos na avenida José Carlos Pereira Pinto, em Guarus. Não houve vítimas fatais, mas a atuação do CCZ durante o recolhimento foi criticado pelo motorista e o motociclista envolvidos.

— Havia crianças, idosos transitando pelo passeio e sequer pararam o trânsito para recolher os bichos — contou, naquele dia, o motorista Thiago da Silva, de 33 anos, continuando:

— Os animais tentaram fugir, um cavalo correu e acabou sendo atropelado por um carro e jogado para cima de mim.

O motociclista envolvido no acidente também questionou a forma como a ação foi conduzida. “Fui falar com um funcionário e ele me atendeu mal. Eles deveriam ter tentado levar os animais para uma rua lateral, mas foram abordar os cavalos no meio do trânsito. Estou indignado com a falta de preparo desses profissionais”.

Em nota, o CCZ reforçou: “O órgão realiza trabalho de conscientização e reforça aos proprietários de animais que mantenham os mesmos presos e as propriedades, devidamente, cercadas para evitar acidentes.”

Eles ainda destacaram a importância da colaboração dos moradores e motoristas para denúncia da presença destes animais, indicando o número (22) 98126-5234 para contato com o órgão. As solicitações podem ser feitas nos dias úteis de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Aos sábados, das 10h às 22h.

Os animais, de acordo com denúncias de moradores na área da RJ 216, têm sido vistos no início da manhã, fim de tarde e durante à noite, desde o beco da antiga Usina Santo Antônio, até o posto 12 do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv), trazendo perigo. Foi o que aconteceu na noite da última segunda (14), quando vários animais foram fotografados na área. Oficiais do posto informaram que cabe, mesmo que eles queiram ajudar, ao CCZ recolher os animais.