Esquema na FGV começou na gestão Rosinha, diz MP
- Atualizado em 12/08/2020 08:26
Folha da Manhã
O Ministério Público estadual apontou que irregularidades envolvendo a Fundação Getúlio Vargas (FGV) com o Governo do Estado acontecem desde a administração de Rosinha Garotinho (Pros), como o direcionamento de licitação. O MP pediu à Justiça, na última segunda-feira, a destituição da atual direção da FGV por suspeita de fraude no contrato para assessoramento no processo de privatização do Banco do Estado do Rio (Berj), iniciado em 2006.
De acordo com a Promotoria, “nada sugere a alteração de posturas na condução da entidade, tampouco a mudança do padrão de comportamento, segundo o qual seus subordinados atuam em abuso da personalidade jurídica da FGV, em desvio de finalidade, de forma a exercerem sistematicamente influência junto a agentes políticos para a captação de recursos públicos”.
De acordo com a ação, a direção da FGV subcontratou o banco Prosper e destinou-lhe valores superfaturados, sem correspondência com a natureza dos serviços obtidos em troca, dando vazão ao pagamento de valores ilícitos, por parte do banco, a integrantes do Poder Executivo estadual, à época comandado por Sérgio Cabral Filho.
Segundo a denúncia, parte dos recursos também foi destinado aos dirigentes da FGV através de pagamentos a pessoas jurídicas em seus nomes ou através de empresas subcontratadas.
De acordo com a delação de Carlos Miranda, um dos operadores do esquema de Cabral, o governo contratou a FGV, mediante dispensa de licitação, para encobrir a contratação do Prosper, que se comprometeu a pagar um total de R$ 6 milhões a integrantes do Poder Executivo.
As investigações apontaram uma série de ilícitos cometidos durante o processo, desde o direcionamento da licitação, ainda durante o governo de Rosinha Garotinho, em 2006. “Exemplificativamente: só naquele ano de 2006 (data da contratação) quando o Estado ainda se encontrava sob a gestão de Rosinha Garotinho, a FGV teve em seu favor reconhecidos 16 atos de dispensa de licitação contendo os mais variados (e abstratos) serviços”, diz a denúncia.
A equipe de reportagem não conseguiu contato com Rosinha Garotinho até a postagem desta matéria. (A.S.) (A.N.)

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