Polícia prende mais um suspeito envolvido em decapitações em Guarus
22/08/2020 13:27 - Atualizado em 22/08/2020 14:39
Suspeito detido na noite de sexta
Suspeito detido na noite de sexta
Na noite dessa sexta-feira (21), a Polícia Civil prendeu mais um suspeito de decapitar uma mulher e um adolescente em Guarus, no início do mês de agosto. O mandado de prisão foi cumprido na rua Serapião Caldas, no Parque Bandeirantes. A Operação Isis II, iniciada nas primeiras horas de sexta, prendeu outras cinco pessoas por suspeita de participação nos assassinatos e que também seriam ligadas ao tráfico de drogas da facção Amigos dos Amigos (ADA), além de uma prisão em flagrante. De acordo com a polícia, entre os presos, estão dois irmãos, que, segundo o titular da 146ª Delegacia de Polícia (Guarus), Pedro Emílio Braga, agiam a mando do pai, principal líder da ADA e que está preso, desde 2015, no Presídio Carlos Tinoco da Fonseca. 
Após a operação, o delegado Pedro Emílio concedeu entrevista coletiva e disse que a facção ADA tem o controle do tráfico de drogas nas áreas que foram alvos da operação e tem no histórico mortes por motivos fúteis, como as do adolescente e da mulher decapitados neste mês.
Pedro Emílio contou que a mulher encontrada decapitada no dia 7 de agosto era moradora da comunidade do Sapo I e foi morta dentro de sua casa. Segundo o delegado, os executores invadiram a residência por volta de 0h e, depois da decapitação, levaram o corpo e a cabeça até a BR 101, próximo a Travessão, onde foram encontrados.
— A mulher teria sido morta porque era apontada como uma possível informante da polícia, o que durante a investigação se revelou, na verdade, fruto da paranoia dos traficantes, uma vez que ela não tinha qualquer ligação com informação prestada. Mais uma morte fútil, banal, como é próprio do narcotráfico e sobretudo dessa facção, estabelecida naquela comunidade — explicou Pedro Emílio.
No dia seguinte à morte da mulher, a cabeça do adolescente Guilherme Gomes Bravo, 17 anos, foi encontrada no Parque Presidente Vargas, depois de ele ser sequestrado no Parque Boa Vista, onde morava. A polícia ainda não sabe de que forma o jovem foi levado e nem onde foi executado.
— Nós sabemos que ele foi sequestrado na rua, morto e esquartejado. Primeiro sua cabeça foi atirada na rua da Vala e o corpo teria sido enterrado e, posteriormente, foi desenterrado e abandonado na estrada do Brejo Grande. Neste caso, igualmente fútil, ele teria sido morto apenas por se tratar de um morador de um bairro onde estaria estabelecida uma facção rival — contou o delegado.
De acordo com Pedro Emílio, o grupo agia a mando do pai dos irmãos presos na Chatuba do Lebret, onde um homem também foi preso em flagrante com a moto que teria sido utilizada na sequência do esquartejamento de Guilherme. O delegado disse ainda que um dos crimes tem seis autores e o outro quatro. “A gente engloba desde os mandantes até os executores. Esses dois são, na realidade, apontados como mentores intelectuais, agindo a mando do próprio pai, que é o principal líder dessa facção criminosa”, disse o delegado, ressaltando que esse líder da facção dava as ordens de dentro do presídio.
Operação 
Oito mandados de prisão por homicídio e vilipêndio a cadáver foram expedidos, dos quais, cinco foram cumpridos durante a operação, que contou com 40 policiais militares e 30 policiais civis e resultou, ainda, na apreensão de uma pistola calibre 380 com 13 munições e uma moto Honda Fan vermelha, que teria sido utilizada no descarte da cabeça do jovem Guilherme Gomes Bravo, de 17 anos, e teria motivado a prisão em flagrante de um sexto homem.
A mobilização para prender os suspeitos começou por volta das 5h30, na seda da 6ª Risp. De lá, pelo menos cinco viaturas seguiram em direção a Guarus. Uma das prisões aconteceu em uma casa na rua Pastor Jurandir, no Parque Santa Rosa. Outras diligências foram realizadas na comunidade Chatuba do Parque Lebret, Sapo I, Sapo III e Novo Eldorado. A polícia chegou a ser recebida a tiros em alguns bairros.

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