Funcionários dos Correios decretaram greve, por tempo indeterminado nessa segunda feira (17). O Anúncio foi feito pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentect), que explicou que aguardam nova decisão do Superior Tribunal Federal (STF) após redução da validade do acordo entre empresa e funcionários, de dois ano para um, o que implicaria em perdas significativas para os trabalhadores, situação agravada pela pandemia do novo coronavírus. Em Campos somente 40% do efetivo está atuando. Ainda assim há fila e aglomeração em frente à agência do Centro.
O diretor de comunicação da Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect-RJ), Pedro Alexandre Santana, explicou a situação.
— Estamos com cerca de 70% do efetivo parado. Está acontecendo um julgamento, no STF. A gente tinha um acordo de dois anos e o STF concedeu uma liminar reduzindo para um ano. Agora estão julgando para ver se volta para dois anos e até o momento, em relação a empresa, não há nenhuma negociação”, disse Pedro que acrescentou ainda que em Campos, cerca de 40% de todo efetivo permanece trabalhando.
Pedro explicou ainda o que a empresa recorreu para derrubar o acordo em vigor. “Nós tivemos uma sentença normativa, no ano passado, dada pelo TST [Tribunal Superior do Trabalho], onde nosso acordo valeria por dois anos. A empresa recorreu ao STF, com pedido de liminar, para que o acordo fosse reduzido para um ano. O ministro Dias Toffoli concedeu essa liminar para a empresa. Nossa reivindicação é somente essa, que o acordo continue valendo por dois anos”, .
O acordo diz respeito aos benefícios dos trabalhadores. “A empresa recorreu ao STF, que através do ministro Dias Toffoli, concedeu a liminar à empresa. No final de julho a nossa data base expirou, baseada na liminar e a empresa começou a aplicar aos trabalhadores, somente o que previa a CLT, cortando de nós 70 cláusulas do acordo coletivo. É muita coisa, praticamente só nos deixou com salário. Auxílio para quem tinha filho especial, a empresa cortou, auxílio creche, tudo que estava no acordo”, disse Pedro que acrescentou ainda que cerca de 100 mil trabalhadores no país inteiro e que a perda para cada trabalhador se aproxima dos R$ 10 mil por ano.