Rodrigo Espinosa faz exposição de desenhos a bico de pena nas redes sociais
24/08/2020 21:31 - Atualizado em 25/08/2020 13:38
Rodrigo Espinosa faz exposição virtual
Rodrigo Espinosa faz exposição virtual / Foto: Antônio Filho
A página do arquiteto e artista plástico campista Rodrigo Espinosa no Facebook e o perfil pessoal no Instagram foram transformados em galerias. É por meio das redes sociais que ele apresenta a edição deste ano da exposição “Gabinete Imaginário”, composta exclusivamente por desenhos em preto e branco feitos a bico de pena. Iniciada em novembro de 2019, a produção da mostra foi intensificada durante o período de quarentena, devido à pandemia do novo coronavírus.
— Não sei qual será o resultado, pois é novidade. Acredito que tenha maior alcance de público, pois a exposição vai até as pessoas, ao contrário de antes, quando as pessoas tinham que se locomover até o espaço. Ao mesmo tempo, acho que a exposição, vamos dizer, física é mais viva e contagiante, mais acolhedora. Geralmente, tenho feito uma mostra por ano. Já havia começado a produzir antes da pandemia, só adaptei a maneira de expor — comentou Rodrigo Espinosa.
Trata-se da terceira edição de “Gabinete Imaginário”, que nos dois anos anteriores teve desenhos expostos no Museu Histórico de Campos e no AteliêAqui. Em 2016, Rodrigo já havia feito a mostra “Luz & Sombra”, também com desenhos a bico de pena, no Sesc Campos.
— Aprendi a criar desenhos de bico de pena no Rio de Janeiro, quando fiz o curso de desenho industrial. Trinta e quatro anos depois, voltei a utilizar essa técnica, inicialmente como exercício, em 2016. Nos últimos quatro anos, realizei três exposições. Com o acervo produzido recentemente, me faltava condição de expor as obras, já que museus e galerias estão fechados. Mas, estudando a força das redes sociais, decidi utilizar a tecnologia para exibir minhas novas criações — explicou o artista, que abriu nesta semana a mostra virtual.
Em “Gabinete Imaginário – 2020”, são ao todo 55 desenhos, 28 deles inéditos, divididos em oito grupos de painéis temáticos. O primeiro, intitulado “Pequenos Formatos”, é composto por trabalhos abstratos, com uma mistura de elementos orgânicos, geométricos, signos e temas urbanos. No segundo, que ganhou o nome de “Botânica”, há obras geométricas ou estilizadas de folhas e flores. A exposição inclui ainda grupos com desenhos mitológicos, místicos, de símbolos religiosos, itens ornamentais e uma coleção de mandalas, além de uma parte focada na riqueza arquitetônica de Campos.
— Atualmente, nossa cidade é considerada como o lugar do “já teve”, seguida de descaracterização e destruição. Não acredito em futuro sem valorização das bases de um passado tão rico — disse Rodrigo, lamentando o descaso sofrido por patrimônios histórico-culturais. Cada desenho levou de um a dois dias para ser concluído.
Um dos desenhos que compõem a mostra
Um dos desenhos que compõem a mostra / Foto: Antônio Filho
O artista — Nascido e criado em Campos, Rodrigo Espinosa Andrade já atuou como projetista em escritórios de arquitetura de Vitória, Goiânia, Rio de Janeiro e Salvador, capitais onde residiu no período de 1981 a 1992. A aptidão para as artes plásticas, especialmente o desenho, podia ser percebida desde os cinco anos de idade. Levada a sério, resultou na conclusão do curso técnico de edificações pela antiga Escola Técnica Federal, atual Instituto Federal Fluminense (IFF), onde também se formou em arquitetura e urbanismo. Cursou ainda desenho industrial, na Faculdade da Cidade do Rio de Janeiro (UniverCidade), e foi professor de desenho técnico na Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf). Atualmente, Rodrigo é proprietário de um ateliê, onde desenvolve projetos de arquitetura, design e artes plásticas. Além das mostras de desenhos a bico de pena, já expôs pinturas, decoupages, mosaicos, mesas, abajures e utilitários. (M.B.) (A.N.)
Um dos desenhos que compõem a mostra
Um dos desenhos que compõem a mostra / Foto: Antônio Filho

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