Marcão Gomes: Covid-19 apressou uma nova realidade
Marcão Gomes  Deputado federal
Marcão Gomes Deputado federal
Infelizmente, o Brasil chegou a mais de 101 mil mortes no início desta semana pela Covid-19. Um número triste que deve servir para repensar como tratamos e investimos na saúde pública, em pesquisa e na formação de profissionais das áreas do conhecimento científico e médico, conforme já abordei em alguns artigos aqui neste espaço semanal.
Mas também não podemos esquecer da mola propulsora da economia, que são as indústrias e as empresas dos mais variados portes. Se, por um lado, os pequenos negócios foram os mais afetados, acredito que eles serão os primeiros a tentarem se reerguer. Dessa forma, o poder público não deve medir esforços para apoiar as finanças das micro e pequenas empresas.
De acordo com uma recente pesquisa divulgada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), durante a pandemia, 43% das pequenas e médias empresas estão temporariamente fechadas e 41% estão com dívidas acumuladas em atraso.
Foram lançadas linhas de crédito e cerca de 6,7 milhões de pequenos e micro empresários recorreram a elas, entretanto, apenas 1 milhão conseguiu. Entre os motivos da recusa se destacam: negativação por débitos anteriores (19%), falta de garantias ou avalistas (11%) e desistência por considerar altas as taxas de juros praticadas (10%).
Muitos também acabaram apostando nas vendas pela internet, antes vistas como uma concorrente mas que, com o advento da pandemia, acabaram se tornando uma aliada.
Mas o que me preocupa são as gerações de empregos que essa modalidade pode afetar. Muitos negócios vão perder a importância, enquanto outros irão se destacar nessa nova fase. Tudo ainda é muito recente, mas precisamos estar atentos para o “novo normal”. Este cenário que se apresenta trouxe uma nova forma de pensar a relação entre clientes e comércio em geral. A pandemia nos revelou um lado mais humano dessa relação, com as pessoas passando a se ajudarem, indo ao supermercado para o vizinho, recebendo em casa sua mercadoria etc.
Outro ponto bastante interessante que as empresas começam a levar em consideração: o home office. Algumas já avaliam se, no futuro pós-pandemia, será necessário o colaborador ir para ao local de trabalho todos os dias. Já se vislumbra uma boa economia e, o que é melhor, sem ter que demitir funcionário.
Por fim, um grande aprendizado já está em andamento. Quem não fez diferente vai ter de fazer para se manter e quem já fez terá que continuar a se transformar e apostar em novas tendências e tecnologias daqui por diante. Vale a reflexão. Sigamos em frente!

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