Chico Machado: Queremos resposta para população em relação aos mais de 10 mil mortos
03/07/2020 08:15 - Atualizado em 30/07/2020 18:38
“O que nós queremos é dar uma resposta à população em relação aos mais de 10 mil mortos (pela Covid-19)”. Foi o que afirmou o deputado estadual Chico Machado (PSD), presidente da comissão de impeachment do governador Wilson Witzel (PSC) na Assembleia Legislativo da Estado do Rio de Janeiro (Alerj), em entrevista ao Folha no Ar, da Folha FM 98,3, nesta sexta-feira (3). O parlamentar ressaltou que não há um pré-julgamento do governador e que o colegiado vai se reunir na segunda-feira (6) para deliberar sobre a retomada do prazo de defesa do governador. Chico ainda ressaltou o papel de destaque da região Norte Fluminense no processo — além da presidência do macaense, a relatoria é do campista Rodrigo Bacellar (SD) — e também comentou sobre o cenário eleitoral deste ano, descartando a possibilidade de disputar a Prefeitura de Macaé.
Na última terça-feira (30), o ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou o compartilhamento de provas sobre a operação que investiga fraudes na saúde do Rio de Janeiro envolvendo Witzel com a comissão de seu impeachment. Chico afirmou que isso não altera o andamento dos trabalhos. “Estamos respeitando todo esse procedimento. Nós oficiamos todos os órgãos: Polícia Federal, Ministério Público, estadual e federal, o STJ, onde começou tudo isso, por meio do inquérito 1338, que deflagrou as operações Placebo e Favorito. Enviamos os ofícios e recebemos a questão do ministro Benedito Gonçalves, que foi muito ágil, dizendo que, na verdade, já tinha muita coisa que tinha sido tornada público e que outras ainda estavam em avaliação, pela Polícia Federal, documentos que haviam sido apreendidos”, afirmou o deputado, descartando a possibilidade de que o não compartilhamento das provas pudesse ter relação com o envolvimento de nomes de parlamentares, estaduais ou federais, nas investigações.
Eleito presidente com “votos do PSL ao Psol”, Machado relatou que o governador teve papel importante para destravar o projeto do Terminal Portuário (Tepor) de Macaé, fato que ele aponta como importante no governo, mas que isso não o exime de ser investigado, ressaltando a imparcialidade do processo: “Nós vamos continuar o nosso trabalho, a comissão tem muita tranquilidade, cautela. Nós queremos a verdade. Nossa comissão tem que apurar. Vamos supor que o parecer seja pela admissibilidade da culpa do governador. Isso tem que ser aprovado por 36 deputados na Alerj, é remetido ao TJ [Tribunal de Justiça], vai ser criado um tribunal misto, com cinco deputados estaduais eleitos pelo plenário e cinco desembargadores por sorteio. Uma vez feito isso, será regido pelo presidente do TJ. Lá será como uma câmara revisora. Se o relatório for pela não admissibilidade, o processo acaba na Alerj”.
O deputado fez críticas à postura como o presidente Jair Bolsonaro conduz as políticas públicas voltadas ao enfrentamento da pandemia. Opositor do prefeito Dr. Aluizio (PSDB), para quem perdeu a eleição de 2016, criticou a postura do médico com relação à falta de diálogo e não cumprimento de promessas nas ações para mitigar os impactos da crise econômica puxada pela pandemia.
Cenário eleitoral — Ao descartar uma nova candidatura a prefeito neste ano, Chico afirmou que o grupo político que ele faz parte tende a lançar Silvinho Lopes (DEM), filho do ex-prefeito Silvio Lopes, como candidato e que vê o deputado estadual Welberth Rezende (Cidadania) como possível nome da máquina na mão. Sobre Campos, acredita que a disputa deve ficar entre Rafael Diniz (Cidadania), Caio Vianna (PDT), Wladimir Garotinho (PSD) e o candidato que sair do grupo de Rodrigo Bacellar. Ele ainda apontou Eduardo Paes (DEM) como favorito na capital, enquanto em São João da Barra vê a prefeita Carla Machado (PP) como mais favorita ainda.   
Acompanhe a entrevista:

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