Relator da Comissão Especial de Fiscalização dos Gastos na Saúde Pública Durante o Combate ao Coronavírus, da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), o deputado estadual Renan Ferreirinha (PSB) realizou, na tarde desta sexta-feira (18), uma inspeção no Hospital de Campanha de Campos. Após passar pelo município de Casimiro de Abreu, a unidade campista é a sétima do estado a ser visitado pela comissão. De acordo com o parlamentar, o estrutura montada no município está entre as piores. Ainda segundo ele, um relatório deverá ser apresentado ao presidente da Alerj, André Ceciliano, nos próximos dias. Inicialmente, a inauguração do hospital foi prevista para 30 de abril, depois foi adiada para 25 de maio e por último para o dia 12 de junho, o que também não aconteceu.
— Iremos realizar um relatório baseado nessas visitas para apresentar para a principal comissão da Alerj no que tange à fiscalização, que é a comissão do impeachment. O que a gente encontra é uma situação muito triste, um descaso com o dinheiro público. Esses hospitais são verdadeiros elefantes brancos. Campos não é diferente, o que encontrei aqui é uma carcaça. Existe uma tenda, uma lona com a divisão de espaços, mas falta muita coisa. Não tem leitos ainda, insumos básicos de medicamentos, respiradores, não tem sinalização, o sistema de saneamento básico não foi feito", enfatizou o parlamentar.
Segundo o deputado, de todas as unidades vistoriadas, a pior situação encontrada pela comissão foi a de Casimiro de Abreu, depois em Campos.
— Você tem a ligação externa, mas não tem a ligação interna, o piso muito provavelmente deverá ser trocado. Outro problema encontrado, muito parecido com a situação de Duque de Caxias, é que tem furos no teto que estão chamando de pontos de claridade e, segundo eles, não está entrando água, mas isso é um claro desgaste, já tendo claridade, tem tudo para passar a ser ponto de infiltração", destacou Ferreirinha.
Em reunião virtual com a comissão fiscalizadora da Alerj, ocorrida nessa quinta-feira (18), o secretário estadual de Saúde, Fernando Ferry, anunciou que a pasta conta com aproximadamente R$ 150 milhões para usar no combate à covid-19. Ferry explicou que dos R$ 300 milhões contabilizados no caixa da Secretaria de Estado de Saúde (SES), cerca de R$ 168 milhões já estão comprometidos para os pagamentos de dívidas.
Quanto às unidades em andamento, Ferry antecipou que em Campos as obras estão 85% concluídas e que a Secretaria de Saúde avalia alugar leitos privados.
Ferry contou aos deputados que tem enfrentado dificuldades para pagar os fornecedores. "Estamos passando um filtro dentro de todas as contas da secretaria. Encontramos contratos vencidos, por isso estou aguardando um retorno jurídico para saber como proceder. Mas já nos reunimos com os sindicatos dos enfermeiros e médicos para tentar minimizar os impactos que esses profissionais estão sentindo", observou.
Em nota, a secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que engenheiros da Infraestrutura e Obras (SEINFRA) e técnicos da SES estão realizando vistorias em todos os hospitais e, com base nos dados técnicos coletados, está sendo feito um cronograma com as datas de conclusão das obras.
"A SES reforça que após entregar as duas unidades, a Secretaria concentrará esforços nas demais unidades", concluiu a nota do Governo do Estado.