A Polícia Civil prendeu, na tarde desta quinta-feira (4), dois suspeitos de envolvimento na morte de Carlos Roberto Rocha Ritter, de 47 anos, conhecido como Carlão de Nova Brasília. De acordo com a delegada assistente da 134ª Delegacia de Polícia (Centro), Natália Patrão, um dos homens presos, Vagner Souza da Silva, seria o mandante do assassinato. Já Matheus Oliveira da Conceição, que é amigo de Vagner, conduzia a motocicleta utilizada no dia do homicídio. Segundo ela, a motivação do crime foi passional e outras pessoas envolvidas na ação estão sendo investigadas pela polícia. Carlão era assessor parlamentar do deputado estadual Bruno Dauaire (PSC) e pré-candidato a vereador pelo PSD. Ele foi assassinado a tiros na última quinta-feira (28), no portão de casa, no Parque Nova Brasília, em Campos.
De acordo com a delegada assistente, durante o trabalho de investigação, os policiais conseguiram refazer o trajeto da motocicleta onde estavam o executor e Matheus – que confessou o crime –, além do HB20 branco do Vagner – que ficou em silêncio durante o depoimento.
— Foi uma busca ininterrupta por imagens, dia e noite. Conseguimos imagens do transbordo do garupa da motocicleta para dentro de um HB20. Fomos buscando imagens dos momentos antecedentes, tanto do HB20, quanto da motocicleta, e chegamos até a frente da casa do condutor da motocicleta. Pegamos imagens de frente da casa e vimos o próprio HB20 branco antes do crime e depois do crime, deixando o condutor da motocicleta. Junto a esses dois, identificamos um terceiro elemento – o executor do crime –, que não está preso, mas não podemos fornecer mais nenhuma informação no momento. Identificamos que o proprietário do HB20 é o Vagner e o condutor da motocicleta é o Matheus — disse Natália Patrão.
A delegada assistente afirmou, ainda, que a motivação do crime foi passional e envolveria uma mulher, que também está sendo investigada. “Vagner sabia que a mulher estava com Carlão, namorava o Carlão. Mas ela já namorou o Vagner por dois anos e terminou o relacionamento em setembro do ano passado”.
Segundo Natália, Matheus disse que recebeu R$ 200 para fazer o transporte e que Vagner o teria levado no mesmo dia do crime, mais cedo, em frente à casa de Carlão no HB20 para reconhecer o local. Este momento também foi identificado pelas imagens de câmeras de segurança obtidas pela Polícia Civil.
Vagner e Matheus eram amigos há três anos, segundo as investigações, e o suspeito de mandar matar Carlão conheceria o executor do bairro onde mora, em Guarus. Já o condutor da motocicleta teria conhecido o autor dos disparos apenas no dia do crime. “Encontramos na casa do Matheus o capacete que aparece nas imagens, que ele usou no crime, as blusas utilizadas por ele antes e após o crime. Encontramos dentro da casa dele a calça preta que ele utiliza para conduzir o executor até a casa da vítima, além do HB20”, completou Natália.
Carlão era uma pessoa bastante conhecida em Nova Brasília e também era ex-jogador do Goytacaz e Rio Branco, além de pai do atual goleiro do Americano, Patrick Ritter, e irmão do músico Serginho Pagodinho.
Segundo a Polícia Militar, testemunhas contaram que, no dia do crime, a vítima estava em casa e foi chamada ao portão por volta das 17h, momento em que foi baleada.
Na ocasião, pelo Instagram, o deputado Bruno Dauaire lamentou a morte do amigo e fez uma publicação emocionada: “É com imensa tristeza e dor no coração que estou aqui para lamentar profundamente o brutal assassinato do meu amigo, irmão do peito e meu assessor Carlão Rocha Ritter, o popular Carlão de Nova Brasília. Além de uma liderança importante, era uma pessoa maravilhosa, que todos gostavam de estar por perto. Um pai de família, um ser humano iluminado e que vai deixar eterna saudade. Em um momento tão devastador, só posso desejar força e minha solidariedade à família e aos amigos. Que as autoridades possam fazer seu trabalho para encontrar e punir com o rigor da lei o autor de mais essa selvageria. Ao Carlão, só posso ter gratidão por tudo que você sempre fez”, relatou o parlamentar na postagem. E continuou:
“A você, meu eterno amigo, obrigado por me fazer acreditar, quando nem eu acreditava, obrigado por ter dedicado anos da sua vida a minha defesa, obrigado por confiar em mim. Obrigado pela conversa de hoje de manhã, pelo menos consegui dizer ou pelo menos me expressar o quanto eu gostava de você. Obrigado por me receber na sua laje, obrigado pelo carinho que você fez sua mãe ter por mim. Obrigado pela gratidão e o reconhecimento e pensar que de manhã falávamos isso. Ah meu irmão, você foi o primeiro a falar comigo depois da minha entrevista de hoje. Ah meu irmão... Sei lá... Eu só posso te agradecer e pedir a Deus que cuide de você aí em cima", escreveu o parlamentar.