Matheus Berriel
02/06/2020 19:41 - Atualizado em 17/06/2020 18:04
O Museu Histórico, o Teatro Municipal Trianon e outros três prédios públicos de Campos completam nesta quarta-feira (03) uma semana sem energia elétrica. Realizados no último dia 27 pela Enel Distribuição Rio, os cortes aconteceram devido a falta de pagamento. No caso específico do museu, estão comprometidas a segurança, limpeza e preservação do prédio.
— Não posso escalar vigilante para o turno da noite, o de maior vulnerabilidade, devido à falta de iluminação. Sem energia, não conseguimos ligar a bomba d'água, e se torna impossível o uso dos banheiros. Os funcionários que estão trabalhando não possuem condições adequadas de trabalho — lamentou a diretora do Museu Histórico, Graziela Escocard.
Segundo Graziela, também foram comprometidas as gravações de vídeos do projeto "Museu Virtual", realizado durante a pandemia do novo coronavírus. Ela teme que a situação atrapalhe ainda a programação virtual que está sendo montada para o oitavo aniversário do Museu Histórico, no próximo dia 29. No início de maio, o equipamento cultural já havia sido prejudicado com a redução de sua equipe, causada pelo corte de contratos de estagiários e prestadores de serviços por Recibo de Pagamento a Autônomo (RPA) em virtude do Plano de Suspensão Emergencial, que também afetou o Arquivo Público Municipal Waldir Pinto de Carvalho.
Em nota, a Enel informou que está negociando com a Prefeitura e, após o pagamento de parte da dívida, já restabeleceu o fornecimento de energia em cinco dos 10 prédios que tiveram o serviço interrompido na semana passada. A concessionária alega aguardar contato da administração pública para negociar o restante da dívida, que não teve valores divulgados.
— A Enel Distribuição Rio reforça que os cortes foram precedidos de notificação, estando de acordo com a Resolução nº 878/2020 da Aneel, que dispõe de várias diretrizes de condutas a serem adotadas pelas concessionárias de energia elétrica em todo território nacional durante o cenário envolvendo o avanço da COVID-19 no país — diz a nota.
Questionada via superintendência de Comunicação, a Prefeitura justificou estar aguardando decisão judicial, depois de ter entrado com processo na semana passada por entender que, no atual momento de pandemia, "não há condições de cortes, já que atentam contra o interesse público".
— No mesmo dia do corte de energia, metade dos prédios teve a energia restabelecida pela concessionária, após pagamento, que estava no planejamento do município, sendo que um equipamento da Fundação Municipal da Infância e da Juventude teve a energia restabelecida pela empresa, após ter sido cortada de forma indevida por ser serviço essencial. Nesta situação, a concessionária atendeu requerimento da Prefeitura. A Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL) vem mantendo contato permanente com a Procuradoria e tomando medidas na tentativa de reverter a situação — informou a Prefeitura.
A presidente da FCJOL, Cristina Lima, disse buscar alternativas para amenizar os problemas. “Estou a par da situação, tentando medidas que amenizem as dificuldades. A Prefeitura aguarda decisão judicial. Tenho falado com a Procuradoria sobre o problema. Estamos todos aguardando", afirmou Cristina.