Ex-deputado Paulo Melo e empresário são presos na Lava Jato
14/05/2020 08:38 - Atualizado em 22/05/2020 19:26
Polícia Federal
Polícia Federal / Marcelo Camargo/Agência Brasil
Policiais federais cumprem nesta quinta-feira (14), em nova fase da operação Lava Jato, cinco mandados de prisão e 25 de busca e apreensão em uma investigação sobre desvios de R$ 3,95 milhões em recursos públicos na área da saúde, no Rio de Janeiro. Dentre os presos, está o ex-deputado estadual Paulo Melo e o empresário Mário Peixoto, dono de fornecedoras dos governos estadual e federal. A operação é feita em parceria com o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Os pré-candidatos a prefeito de Campos Caio Vianna (PDT), Gil Vianna (PSL) e Wladimir Garotinho (PSD) também foram citados em um trecho de uma interceptação telefônica de um dos presos na ação.
Segundo o MPRJ, os valores foram repassados a uma organização social (OS) pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio, para a administração de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
De acordo com as investigações, a organização social recebeu, desde 2012, pelo menos R$ 763 milhões do Fundo Estadual de Saúde do Rio de Janeiro para a gestão das UPAs.
Os valores repassados à empresa responsável pelo fornecimento de alimentação às unidades de saúde eram superfaturados, o que beneficiava os alvos da operação desta quinta.
Um ex-presidente da OS é apontado como o chefe da organização e, segundo o MPRJ, contou com a ajuda de dois subordinados e dos responsáveis pela empresa fornecedora de alimentação às unidades de saúde e de outra empresa, fornecedora de insumos hospitalares, para articular o esquema criminoso.
Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram expedidos pela 3ª Vara Criminal de Duque de Caxias.
Mário Peixoto foi delatado por Jonas Lopes Neto, filho do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Jonas Lopes. Neto afirmou que Peixoto pagou uma mesada de R$ 200 mil para o TCE entre 2012 e 2013.
Em março de 2019, Paulo Melo foi condenado a 12 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e organização criminosa. Ele ficou preso até março deste ano, quando deixou a cadeia para cumprir prisão domiciliar.
A equipe de reportagem não conseguiu contato com Gil Vianna, que está internado em um hospital com coronavírus, e nem com Caio Vianna.
Confira a nota de Wladimir Garotinho:
O deputado Wladimir Garotinho esclarece que é citado apenas como pessoa influente na política campista e que teria recebido vagas de emprego na cidade, mesmo contra a vontade do grupo que foi preso hoje. Nos trechos em que o nome do deputado é citado está claro que o parlamentar não tem vínculo político e que o candidato deste grupo em Campos é Caio Vianna, por relações antigas e de amizade, tendo inclusive trecho em que se cita que o empresário Mário Peixoto teria, por duas vezes, ‘comprado’ Caio Vianna.
As transcrições mostram ainda, que o simples fato de o secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, Leonardo Rodrigues, ter oferecido vagas de emprego ao parlamentar deixou alguns membros desse grupo político bastante irritados, pois consideraram munição para o adversário.
O secretário, de fato, ofereceu vagas ao deputado Federal Wladimir, pois o parlamento colocou emendas na secretaria para construção de uma unidade da Faetec em Baixa Grande, Baixada Campista. Tais indicações seriam para processo seletivo de profissionais, sob realização da própria Faetec.
O parlamentar afirma que nunca esteve com Mário Peixoto, que sequer o conhece e que sabe do seu histórico criminoso pois seu pai, o ex-governador Garotinho, já a denúncia desde 2017.

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