Uma terceira noite de incêndios criminosos, saques e vandalismo de motivação racial assolou a cidade norte-americana de Mineápolis, onde manifestantes extravasaram sua revolta com a morte de um homem negro desarmado, vítima de um policial branco que ajoelhou sobre seu pescoço no chão após uma detenção, na segunda-feira (25).
A maior parte dos tumultos mais recentes na maior cidade de Minnesota não foi contida na noite dessa quinta-feira (28), já que o prefeito ordenou uma retirada tática da polícia de uma delegacia que foi incendiada.
Tropas da Guarda Nacional convocadas mais cedo pelo governador Tim Walz se mantiveram discretas. Walz havia lhes ordenado a ajudar a manter a paz depois de duas noites de distúrbios desencadeados pela morte de George Floyd.
Em um tuíte no fim da noite dessa quinta, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que enviaria a Guarda Nacional para “fazer o trabalho direito” se o prefeito “fraco” não conseguisse restaurar a ordem, insinuando que a força letal poderia ser necessária.
“Qualquer dificuldade e assumiremos o controle, mas quando os saques começarem, os tiros começarão”, escreveu Trump.
Abordagem policial
A detenção de Floyd, de 46 anos, foi flagrada por um observador e gravada com um celular, um vídeo que viralizou e que mostra um policial pressionando o joelho no pescoço de Floyd, que geme e diz “por favor, não consigo respirar”.
Quatro policiais envolvidos na detenção de Floyd, que foi acusado de ter tentado passar notas falsas em um loja de esquina, foram demitidos na terça-feira (26), mas os tumultos continuaram.
Protestos ocorreram na quarta-feira (27) em Los Angeles e na quinta-feira em Denver, e o tráfego nas ruas de ambas foi interrompido. Em Phoenix, manifestantes confrontaram o batalhão de choque diante da Prefeitura e uma manifestação foi realizada no Capitólio do Arizona.
Os distúrbios da noite de quinta-feira em Mineápolis também se espalharam para a cidade vizinha de St. Paul, a capital estadual, onde ocorreram incêndios e vandalismo.
Contrastando com a noite de quarta-feira, quando manifestantes que atiravam pedras se chocaram com o batalhão de choque, as forças da lei de Mineápolis praticamente se ausentaram do epicentro dos distúrbios de quinta-feira.
Em uma coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira, o prefeito, Jacob Frey, defendeu sua decisão de esvaziar delegacias devido a “ameaças iminentes tanto aos policiais quanto ao público”.