Camilla Silva
14/05/2020 16:46 - Atualizado em 22/05/2020 20:17
A Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) realizou uma live, nesta quinta-feira (14), com os professores Milton Kanashiro e Renato DaMatta para falar sobre a implantação do laboratório de referência regional para diagnósticos da Covid-19. A unidade, que está em fase final de instalação no Hospital Geral de Guarus, em Campos, acontece por causa de uma parceria com o município.
Segundo os pesquisadores, inicialmente, será possível realizar de 50 a 100 exames diariamente, mas volume pode ser ampliado para até 300. A partir do início das atividades, previsto para a próxima semana, os resultados passam a ficar disponíveis de 24h a 48h, ampliando a capacidade de resposta das autoridades de saúde para a contenção do vírus.
O professor Milton Kanashiro afirma que com a instalação do laboratório será possível realizar o chamado teste molecular, considerado o padrão para a Covid-19 no país e no mundo, já que dificilmente apresenta falsos negativos. Ele afirmou que, nesta quinta, está sendo realizado o primeiro ensaio de padronização de teste molecular. “A ampliação da realização dos testes é essencial. A partir dele, teremos mais informações sobre que está infectado com o vírus e precisa ficar em isolamento, sendo possível diminuir a disseminação do vírus”, disse.
Ambos pesquisadores afirmaram que as políticas de distanciamento social são essenciais para garantir a contenção do vírus. “O Brasil não encara a Ciência como investimento e sim como gasto. A mesma coisa acontece com a educação. Se a gente tivesse uma população consciente sobre como funciona uma agente infeccioso, nós não teríamos tantas pessoas contestando as ações de isolamento”, lamentou o professor Roberto da Matta.
O pesquisador Renato DaMatta falou sobre a escolha do HGG como sede do projeto. “Servidoras da Uenf que trabalham no setor de diagnósticos do HGG fizeram a ponte para a parceria. A conversa sobre isso vem acontecendo há cerca de um mês. O hospital tem a estrutura e aUenf entrou com outros equipamentos e mão de obra”, informou o pesquisador. Ele explica, ainda, que não adianta as pessoas com sintomas irem ao HGG buscando fazer o exame. “Não é assim que funciona. O paciente tem que procurar as unidades de saúde e os médicos que irão encaminhar a solicitação de exame para a gente”, explicou.
— A ideia é que ele seja um laboratório para toda região. Rio de Janeiro e Vitória têm laboratórios. Então, como Campos fica nesse meio do caminho, nosso objetivo é atender os municípios que fiquem nesse entorno, no Norte e Noroeste Fluminense e Lagos. Os municípios que têm interesse precisam buscar o laboratório para fornecer insumos, como EPI e material de coleta — afirmou o professor Milton Kanashiro.