Secretário prevê abertura do hospital de campanha de Campos na próxima semana
Aldir Sales 11/05/2020 20:35 - Atualizado em 22/05/2020 19:24
Hospital de campanha está sendo montado no pátio da antiga Vasa
Hospital de campanha está sendo montado no pátio da antiga Vasa / Rodrigo Silveira
O secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, disse que prevê para até o final da próxima semana a abertura do hospital de campanha de Campos. A declaração foi dada por Edmar durante audiência pública por videoconferência da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), nesta segunda-feira (11), para debater a atuação da secretaria no combate à pandemia de coronavírus.
De acordo com o deputado Jair Bittencourt (PP), que esteve presente na sessão online, o secretário também disse que serão feitas novas vistorias no andamento da montagem na unidade que será referência para atender pacientes do Norte e Noroeste Fluminense.
O anúncio de previsão chega em um momento que apenas os nove municípios do Norte Fluminense contabilizam 27 mortes e 579 casos confirmados de coronavírus. Em Campos, segundo os dados do último boletim epidemiológicos, são dez óbitos e 197 pessoas infectadas diagnosticadas com Covid-19.
De acordo com a Prefeitura de Campos, até o último sábado (8), 80% dos leitos do Centro de Controle e Combate ao Coronavírus estavam ocupados, o que reforça a importância da abertura de mais leitos.
A Folha da Manhã mostrou, na edição desta semana (aqui), que deputados federais e estaduais da região estavam cobrando medidas do Governo do Estado para acelerar o processo de montagem da unidade.
— Nós estamos lutando não só para a melhoria dos hospitais do Noroeste, como do Norte Fluminense também. O hospital de campanha, ressalvado todos os problemas na contratação que todos sabem, é muito importante para as duas regiões porque vai ser o suporte para quando houver o agravamento da pandemia. Também trabalhamos e acertamos com o presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), para que a Assembleia complemente os recursos para que se contrate mais mil leitos em todo o estado. E com certeza o Norte e o Noroeste serão contemplados – disse Bittencourt.
Atraso
Secretário de Saúde participou de audiência pública na Alerj
Secretário de Saúde participou de audiência pública na Alerj / Divulgação
Inicialmente, o prazo para entrega do hospital de campanha de Campos era 30 de abril, porém, a secretaria estadual de Saúde adiou a previsão para a segunda quinzena de maio, mas sem dar uma data, até a última semana.
Durante a audiência pública, Edmar Santos também disse que os hospitais de campanha de Nova Iguaçu (200 leitos), São Gonçalo (200 leitos) e de Nova Friburgo (100) serão entregues a até a sexta-feira (15). A unidade da Região Serrana não estava prevista inicialmente no primeiro contrato do Governo do Estado, porém, mesmo assim está com as obras mais avançadas do que a de Campos.
Suspeitas de irregularidades
Inicialmente, o contrato do Governo do Estado com o Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas) previa a implantação de sete hospitais de campanha, com total de 1.400 leitos, ao valor máximo de R$ 835.772.409,78 por seis meses. Após readequação no final do mês passado e a exclusão de 100 leitos, o preço do contrato caiu para R$ 770.575.579,00.
O contrato prevê, ainda, que a unidade de Campos terá 100 leitos, mas não especifica quantos serão de UTI – dedicada a pacientes com casos mais graves – e quantos são para enfermaria.
O valor mensal máximo para a implantação do hospital em Campos, segundo o contato, pode chegar a R$ 9.949.671,55 (total de R$ 59.698.029,27). O hospital de campanha do Ibirapuera, em São Paulo, também tem um custo de aproximadamente R$ 10 milhões, porém, com 268 leitos.
Denúncias de irregularidades rondam o contrato dos hospitais de camapanha desde o início. De acordo com reportagem da TV Globo, há indícios de plágio nas propostas apresentadas por outras empresas.
Então subsecretário estadual de Saúde, Gabriell Neves foi responsável por assinar o contrato, que está sob análise interna da secretaria. Gabriell foi preso na última quinta-feira (7), em uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público, suspeito de superfaturamento na compra de respiradores para os hospitais de campanha.

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