Joilson Barcelos defende diminuição da carga tributária no RJ em reunião na Alerj
29/05/2020 20:19 - Atualizado em 03/06/2020 18:06
Joilson Barcelos no Folha no Ar
Joilson Barcelos no Folha no Ar / Isaías Fernandes
Proprietário da rede de supermercados SuperBom e presidente da Associação de Atacadistas e Distribuidores do Estado do Rio de Janeiro (Aderj), o empresário campista Joilson Barcelos, defendeu, em reunião na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), a redução da carga tributária e uma equiparação com estados vizinho para incentivar a produção industrial.
— A reunião na Alerj foi um desdobramento de um outro encontro promovido pela a Aderj com a cadeia produtiva do Estado do Rio. Nessa reunião, o presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), instituiu um grupo de estudo para discutir as reivindicações do setor produtivo. Nós da Aderj defendemos uma política tributária mais justa há mais de 20 anos, uma equiparação de impostos com os estados vizinhos. Queremos gerar mais empregos e riquezas para o nosso estado e e um política tributária mais igualitária – afirmou Joilson.
Presidente do Sindicato das Indústrias de Alimentos do Município do Rio de Janeiro (Siarj), Sérgio Duarte disse que a indústria do Rio é competente, mas que falta competitividade tributária para enfrentar as empresas que vêm de fora. “Precisamos de proteção para equilibrarmos as forças em relação a outros estados”, comentou, citando os casos de Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Santa Catarina que praticam uma tributação menos onerosa às suas empresas.
Segundo ele, a redução dessa carga tributária poderia representar geração de muitos empregos. “Hoje, a indústria do Estado do Rio tem 550 mil empregados. Mas, com um incentivo tributário, poderíamos gerar 1,6 milhão de empregos”, dimensionou, salientando que 30% dos empregos em Santa Catarina são oriundos da indústria e que no Rio, apenas 8,9%.
Sérgio exemplificou a falta de competitividade das empresas locais citando o fato de não se ter uma única marca de água mineral sendo vendida nos supermercados, embora o Rio tenha 57 fabricantes desse tipo de produto. “A gente encontra nos supermercados águas vindas da França, Itália, Minas, São Paulo, Paraná, mas não do Rio. Nosso estado não tem barreira fiscal”, contou. O sindicato informou que uma empresa local pode levar até dois anos para ser enquadrada no incentivo fiscal via RioLog (Programa de Fomento ao Comércio Atacadista e Centrais de Distribuição do Estado do Rio).
Diante desse cenário, o setor solicitou ao presidente da Alerj para que seja estudada a possibilidade de sua inclusão, por meio de emenda, no PL 2626/2020, que propõe a suspensão da aplicação do regime de ST (Substituição Tributária) nas produções de leite e derivados, bebidas destiladas, alambiques e cachaçarias que se localizem no Estado do Rio de Janeiro. “A diminuição da carga tributária criará condições de competitividade, estímulo ao investimento e aumento da produção, além da geração de emprego”, salientou Marcelo Pacheco, presidente do Sindicato Nacional das indústrias de Água Mineral.
Outra sugestão apresentada pelas indústrias do estado seria cobrar das empresas que vêm de fora – e de forma antecipada - o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), praticando uma taxa de 7%.
À frente do Sindicato da Indústria de Material Plástico, Gladstone Santos observou que há 20 anos o Estado do Rio era o segundo no país em transformação de produtos plásticos, tendo caído para a sexta posição. “Estamos vendendo nossa matéria prima a um dólar e importando produto acabado a cinco dólares; essa conta não fecha”, comparou.
Já o presidente do Sindicato das Indústrias de Trigo nos estados do Rio e Espírito Santo, Geraldo Gonçalves, revelou que o setor vem sofrendo desde 2016 pela falta de competitividade: “O Rio não planta trigo, que vem todo da Argentina. O estado tem capacidade de produzir 60 mil toneladas de farinha e o mercado interno consome 50 mil, mas nossa produção é de apenas 15 mil toneladas, e não conseguimos entrar em outros mercados do país”.
Atento aos relatos, o presidente da Alerj disse que o parlamento vai analisar de que forma poderá ajudar a resolver esses entraves da indústria do estado. “Este é o primeiro de muitos encontros que teremos com empresários e empreendedores para ouvir todos os setores e ver de que maneira a Alerj vai poder auxiliar”, sinalizou Ceciliano, acrescentando que marcará reunião com o secretário estadual de Fazenda para falar sobre essa situação das empresas do estado.

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