A Caixa Econômica Federal começa a pagar nesta quinta-feira (16) a primeira parcela do Auxílio Emergencial para os beneficiados do Bolsa Família e para os trabalhadores que se inscreveram no programa emergencial por meio do aplicativo e do site. Em Campos, por conta disso, enormes filas se formaram em agências bancárias, gerando aglomeração de pessoas e possibilitando o crescimento de infectados por coronavírus.

Nesta manhã, a fila da Caixa Econômica Federal do Boulevard Francisco de Paula Carneiro (Calçadão) chegava a dobrar para a rua João Pessoa, no Centro. Na rua Tenente Coronel Cardoso (antiga Formosa), o movimento também era intenso e a fila chegou a dobrar para a rua Barão do Amazonas.

Cadastrada no Bolsa Família, Maria das Neves Machado, de 54 anos, contou que, mesmo com medo de sair por causa do perigo da doença, ele foi ao banco sacar o Auxílio Emergencial. “Eu tenho respeitado as orientações da OMS [Organização Mundial da Saúde] severamente. Infelizmente não são todos que respeitam, as filas estão bem desorganizadas. Acho que devemos ficar em casa, porque chegamos até aqui sem tantas mortes como nos outros países, é porque foi feito esse bloqueio” disse Maria.

O promotor de Justiça Marcelo Lessa, titular da 2ª Promotoria de Tutela Coletiva da Comarca de Campos, explicou que as grandes filas nas agências bancárias têm acontecido no Brasil inteiro, mas que não é possível fechar as agências da Caixa Econômica Federal, já que é o meio pelo qual está sendo pago o Auxílio Emergencial para a sobrevivência das pessoas.

— Muitas das pessoas não compreendem o comando dos funcionários em relação à organização [das filas], tem sido complicado. Ontem (quarta) teve comboio, hoje terá novamente, estamos sempre fiscalizando, orientando. A gente tem diariamente feito gestões para que organize a fila, só que nenhuma dessas gestões serão 100% eficaz enquanto as pessoas não respeitarem — disse Marcelo.

Agentes do Procon de Campos, da Polícia Civil, Guarda Municipal, superintendência de Postura e secretaria municipal de Segurança Pública realizaram, nessa quarta, mais uma etapa da operação “Fique em Casa”. O objetivo foi fiscalizar as ações de prevenção ao coronavírus adotadas por agências bancárias do Centro e da Pelinca.

De acordo com decreto do prefeito Rafael Diniz (Cidadania), as agências têm que oferecer álcool gel, organizar espaçamento nas filas, orientar os clientes quanto aos serviços realizados e ter a capacidade de 30% de ocupação no interior dos bancos.