Em apenas uma semana, o projeto “Histórias por telefone”, da secretaria estadual de Cultura e Economia Criativa (Secec) do Rio de Janeiro, recebeu cerca de 500 inscrições, sendo 400 para ouvir as histórias e 100 de voluntários para contá-las. Durante o período de quarentena contra o novo coronavírus, poetas, músicos e contadores de histórias, de forma voluntária, entram em contato, via telefone, e levam histórias exclusivas para quem precisa neste momento.
A aposentada Rosângela Ferreira conta que recebeu uma ligação da família da secretária de Estado de Cultura e Economia Criativa, Danielle Barros, que é voluntária do projeto.
— Recebi uma poesia linda por telefone. A minha animação foi renovada. É muito importante, pois, assim como eu, tem muita gente precisando de um momento desse. Ficar em casa quando se quer é diferente de quando sabemos que há um risco de uma doença nas ruas. Estou renovada — disse Rosângela.
Para receber a ligação, a pessoa deve fazer a inscrição em formulário disponibilizado no site da Secec, informando alguns dados pessoais. O mesmo vale para quem quer ser voluntário. O grupo conta também com parte da equipe da Secec — especialistas em literatura. O projeto é voltado principalmente para os idosos, considerados grupo de risco na pandemia da Covid-19.
— O projeto leva histórias para pessoas que podem estar sozinhas, precisando de companhia nesse período difícil. Fomentar cultura nesse momento é muito importante, mostra solidariedade e compaixão, elementos fundamentais na sociedade — afirmou a secretária Danielle Barros.
A ideia do “Histórias por telefone” surgiu com uma mensagem de uma colaboradora da Biblioteca Parque Estadual da Rocinha, que falou para o superintendente estadual de Leitura e Conhecimento, Pedro Gerolimich, que estava se sentindo sozinha, muito triste e que tinha medo de morrer sozinha com seus animais de estimação, devido ao perigo da disseminação do coronavírus. Como um pedido de socorro, solicitou se alguém poderia ligar para ela.
— Eu liguei, confortei ela nessa ligação, que durou cerca de 30 minutos. E quando a gente terminou o telefonema, ela já estava num astral muito melhor. Esses 30 minutos duraram dias na minha cabeça. Fiquei pensando nos meus pais, nos meus tios, em todos os idosos que, às vezes, não têm com quem conversar. Foi aí que surgiu o projeto “Histórias por Telefone” — revelou Pedro Gerolimich.
Fonte: Secretaria estadual de Cultura e Economia Criativa.