André Oliveira Servidor público municipal
Iniciamos mais uma semana de isolamento social, atualmente a única maneira de diluir a disseminação da Covid-19 sem que haja uma explosão de casos, o que afetaria o sistema de saúde levando um verdadeiro colapso e ceifando muito mais vidas. São momentos que podemos ter para refletir sobre os verdadeiros sentidos da vida e de nossa existência. Na correria dos dias, nos deparamos com necessidades muitas vezes duvidosas. Ter o melhor carro, ter as melhores roupas, frequentar os lugares mais caros, comprar aquela joia cara, enfim, uma variedade de sugestões que nos atrelam a uma “bola de ferro”, chamada consumismo. Até que ponto são importantes para nossas vidas?
Em meus períodos de isolamento, tenho aproveitado para perceber os reais motivos que nos fazem seres humanos, na melhor essência da expressão. O consumo exagerado é inimigo da alegria e satisfação em gestos simples, como um aperto de mãos, beijar carinhosamente ou mesmo sentir o calor humano de um abraço reconfortante.
Ah... e que saudade de uma caminhada à beira-mar bem cedinho, sentindo a brisa e o sol que nos brindam gratuitamente com calor e frescor ao mesmo tempo. E o que é melhor, não custa dinheiro algum!
A pandemia me fez mais. Me fez refletir sobre o grande perigo que é a desunião dos povos. De nada adianta pensar só em mim. Precisamos pensar em nós! Pois a vida depende de nós! Não é sobre só proteger a mim e a minha família. Precisamos proteger todas as famílias. O isolamento me despertou ainda mais o senso de coletividade. Chegou a hora de pensarmos em todos, de fato!
A urgência do mundo nos levou a uma entrega cada vez mais insana e individualista. O isolamento está nos dando a oportunidade de reflexões e muitos aprendizados, como perceber as doenças sociais que afligem a nossa sociedade, como a vaidade, o egoísmo, o oportunismo e a intolerância. Tenho certeza que levarei muitos aprendizados quando passarmos dessa e sugiro que você faça o mesmo. Sairei dessa melhor que entrei, com mais experiência e vontade para fazer uma nova versão de mim mesmo.
E como diz a antiga canção infantil de Ivan Lins: Depende de nós/Se este mundo ainda tem jeito/Apesar do que o homem tem feito/Se a vida sobreviverá.
