Contra recomendações, campistas ainda circulam pelas ruas
Camilla Silva 31/03/2020 18:21 - Atualizado em 02/04/2020 16:39
  • Pessoas aguardam atendimento em bancos

    Pessoas aguardam atendimento em bancos

  • Lojas fechadas no Centro

    Lojas fechadas no Centro

  • Lojas fechadas no Centro

    Lojas fechadas no Centro

A orientação é para que todos que podem permaneçam em suas casas e evitem contato com outras pessoas, principalmente se pertencerem ao grupo de maior risco do coronavírus, que são os idosos. Em Campos, no entanto, embora seja possível perceber redução na circulação no Centro, onde lojas permanecem fechadas, em outros bairros o movimento de carros e consumidores ainda é expressivo nesta terça-feira (31). Por obrigação, muitos trabalhadores também continuam transitando pela cidade, mas há também aqueles que duvidam da gravidade da doença.
— Ficar em casa para quê? Eu não tenho medo do coronavírus não — gritou um jovem a um amigo que questionou o que ele estava fazendo na rua. Outra pessoa que questionou a determinação de distanciamento social foi o comerciante Fernando Rangel. “Se o próprio presidente disse que a gente poderia sair, porque eu vou ficar em casa?”, perguntou.
As afirmações, no entanto, não correspondem à previsão das autoridades de Saúde que estimam que o número de casos pode chegar a 24 mil, no estado, em um mês se medidas de prevenção não forem respeitadas. Segundo secretário de Estado da pasta, caso as pessoas permaneçam em casa, esse número cai para três mil casos. “As pessoas só devem sair de casa para ir trabalhar quem não puder trabalhar de casa, para comprar comida ou remédio ou para ir ao médico se precisar”, completou o secretário de Saúde Edmar Santos.
Quem precisa trabalhar afirma que não existe outra opção. “Já questionei meus patrões sobre a possibilidade de não vir trabalhar, mas eles informaram que, por enquanto, é para eu vir. Estão pensando na redução de dias, mas nada definido ainda”, afirmou Fernanda Martins, empregada doméstica.
O fluxo era intenso nos estabelecimentos comerciais considerados essenciais, como supermercados, padarias e farmácias, localizados no bairro da Pelinca, na tarde desta terça-feira. “Os funcionários estão trabalhando com algum tipo de proteção, mas eu não vejo muita orientação em filas, por exemplo. A gente parece que ainda está meio perdido em relação a isso tudo”, afirmou a bancária Maria de Jesus, que procurou atendimento em uma farmácia. Na busca por atendimento em bancos, muitas pessoas acabam indo aos centros comerciais e ficando próximas nas filas que se formam do lado de fora já que unidades não vem permitindo a entrada de muitos clientes ao mesmo tempo.
Bares - Apesar do decreto municipal que suspende, temporariamente, o atendimento presencial em comércio, bares, restaurantes e estabelecimentos similares, desde o último dia 23, foi possível encontrar algumas proprietários desrespeitando essa orientação. No Jardim Carioca, um quiosque que funciona próximo a Cede do bairro estava aberto nesta terça. Já na segunda, o bar que funciona no Mercado Municipal também continuava atendendo clientes. A Folha entrou em contato com a prefeitura sobre essa questão e aguarda um posicionamento. No domingo, o município afirmou que a superintendência de Postura vem fiscalizando diariamente o cumprimento do mesmo. "Para denunciar o funcionamento irregular do comércio neste período, a população deve entrar em contato pelo telefone (22) 98168-3645", informou.

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