Este mês, Campos registrou oito assassinatos, chegando a 34 este ano. Conforme estudo do Instituto de Segurança Pública (ISP), no estado do Rio de Janeiro, o crime de homicídio apresentou, nos dois primeiros meses de 2020, uma redução de 15,8%, em comparação a janeiro e fevereiro de 2019: uma queda de 12 para nove. Roubos de rua também caíram (10,6%) de 116 para 85, no mesmo período.
Titular da 146ª Delegacia de Polícia de Guarus, área que concentra a maior parte dos homicídios registrados no município, o delegado Pedro Emílio Braga falou sobre o trabalho desenvolvido pela Polícia Civil, através das operações realizadas em parceria com a Polícia Militar.
— A maioria esmagadora desses homicídios está ligada a conflitos entre facções narcotraficantes estabelecidas na região de Guarus. No fim do ano passado, o homicídio do filho de um dos principais líderes do tráfico local resultou em nova escalada destes crimes na circunscrição da 146ª DP. Contudo, através de diversas operações já realizadas neste ano, conseguimos restabelecer a ordem e voltar a trabalhar em um cenário de razoabilidade — disse o delegado.
Pedro Emílio fez referência à morte de um jovem de 23 anos, no Parque Santa Rosa, no dia 26 de dezembro. A vítima foi assassinada dentro de casa. O crime teria levado integrantes da facção que atua na área do Sapo I ao Sapo III a retomar a guerra com a facção rival, que também age em comunidades de Guarus.
Segundo a polícia, operações, como a Refrenata e Guadalajara, têm feito com que os índices de assassinatos caiam de forma considerável em Campos, especialmente no subdistrito. Além disso, conforme destaca o delegado, a ajuda da população tem sido de suma importância para a redução de crimes hediondos, como o homicídio.
— Com certeza, a população tem sido peça importante nas nossas investigações, nos ajudando através do nosso disque denúncia (99701 3300). Essa informações e os registros feitos em nossa delegacia nos apontam a necessidade de uma operação em conjunto e, como temos verificado, o resultado disso vem sendo a redução dos índices de violência em nossa circunscrição — contou o delegado.
O comandante do 8° Batalhão de Polícia Militar (8°BPM) de Campos, tenente-coronel Luiz Henrique Monteiro, também destacou a importância da população, que através do disque denúncia 2723.1177, tem ajudado no combate aos crimes, colaborando para a redução da criminalidade no município.
— A cada dia estamos aperfeiçoando nossa análise criminal, para atuarmos na repressão onde ocorre o crime. Como a criminalidade é dinâmica, nós fazemos ajustes diariamente em nosso policiamento. Todos os dias nos aperfeiçoamos e a análise criminal fica cada vez mais precisa. Dessa forma, atingimos nosso objetivo, que é a redução criminal. Em Guarus, no período noturno, são em torno de 16 viaturas com mais de 30 policiais só naquela área, o que leva mais segurança para seus moradores e comerciantes e inibe possíveis delitos — detalhou o comandante.
Atuação direta para menos roubos nas ruas
Nos dois primeiros meses deste ano, em comparação ao mesmo período de 2019, outro índice reduzido, conforme estudo do Instituto de Segurança Pública, foi o de roubos de rua. A redução percentual foi de 10,6%. As ocorrências caíram de 116 ocorrências para 85.
O comandante do 8° BPM, tenente-coronel Luiz Henrique Monteiro, falou sobre o patrulhamento ostensivo em Campos.
— Estamos vivenciando uma pandemia de coronavírus,com as pessoas, em sua maioria, dentro de casa. Mas nossos policiais estão nas ruas para atender da melhor maneira a população, até porque, nosso trabalho também é de orientação. Estamos na linha de frente para servir e proteger nossa população no que for de nossa atribuição — destacou o comandante, frisando que, conforme a mancha criminal, o patrulhamento é reforçado para inibir a ação de criminosos.
Risco de aumento da violência doméstica
Advogada e presidente do Conselho Comunitário de Segurança Pública, Judith Esther Farias falou sobre a importância do efetivo da Polícia Militar nas ruas. Ela avalia que a queda do número de crimes contra a vida e contra o patrimônio, dentre eles o homicídio e o roubo de rua, vem ocorrendo, principalmente, em razão do trabalho estratégico da PM e sua interação direta com a Polícia Civil e demais forças da Segurança Pública.
— A gente consegue ver muito claramente o efetivo ostensivo da PM nas ruas e o árduo trabalho de investigação da Polícia Civil, além da busca do maior número de cumprimento de prisões, em diversas operações que vem sendo realizadas — declarou Judith.
A presidente do Conselho Comunitário de Segurança, no entanto, demonstra preocupação com o aumento de outros tipos penais.
— Nesta pandemia de Covid-19, precisamos estar atentos para os crimes que, infelizmente, tendem a crescer dentro dos lares. O poder público, as polícias e a própria sociedade civil, como atores sociais que são, devem estar atentos a um possível crescimento da violência doméstica. Também não devemos deixar de atentar para o fato que uma possível instabilidade financeira, em decorrência do efeito coronavírus, que pode levar a um colapso da segurança pública, para impedir a prática da assaltos e saqueamentos de estabelecimentos comerciais — alertou a advogada.