Rio Paraíba do Sul chega aos 9,63 metros e Defesa Civil diz que há previsão de subir mais
Maria Laura Gomes e Camilla Silva 04/03/2020 09:33 - Atualizado em 10/03/2020 14:32
Morador vigia cheia no bairro da Coroa
Morador vigia cheia no bairro da Coroa / Rodrigo Silveira
Os municípios das regiões Norte e Noroeste Fluminense seguem em alerta devido às cheias dos rios. Na tarde desta quarta-feira (4), o rio Paraíba do Sul, em Campos, atingiu a cota de 9,63 m, faltando menos de um metro para o seu transbordo que é de 10,40 m. No Parque Prazeres, em Guarus, a água já se aproxima da avenida Francisco Lamego, por onde passa a RJ 194, que chegou a romper no último mês quando quando o rio bateu 9,90 m. Nos bairros Ilha do Cunha e Coroa, água já invade quintais e um morador precisou buscar a casa de parentes. Em Bom Jesus, Italva, Cardoso Moreira e outras cidades da região, as coordenadorias de Defesa Civil seguem em monitoramento dos rios Itabapoana, Pomba e Murié, que seguem em tendência de se manterem estáveis. O número de desalojados ou desabrigados, nesta quarta, chega a 105, segundo órgãos municipais.
Com água há pouco mais de dois metros da porta da sua casa, uma moradora do bairro da Coroa, que preferiu não ser identificada, afirmou que não tem intenção de deixar o local. “É ruim, a gente fica vigilante por causa do medo de acontecer alguma coisa, mas é a minha casa, eu não vou deixar as coisas aqui e sair a não ser que seja impossível ficar”, acrescentou. 
— O rio vai continuar subindo todos os dias, porque há previsão de chuva até sábado (7). Por enquanto não há riscos, nós estamos em estágio de alerta em decorrência da subida do rio Muriaé e Paraíba do Sul. De acordo com as necessidades, nós vamos fazendo. Ainda tem árvore para remover devido ao último vendaval ocorrido, em alguns pontos, têm água e nós estaremos instalando bomba. Está tudo sobre controle, no momento — afirmou o coordenador da Defesa Civil de Campos, major Edison Pessanha.
A chuva que cai no município desde o último final de semana também deixou pontos alagados. Na manhã desta quarta-feira (4), a avenida Souza Mota, no Parque Vera Cruz, em Guarus, estava inundada e os carros se arriscavam para passar pela via. No Novo Jóquei, ruas também ficaram alagadas e equipes da Defesa Civil atuaram na rua Projetada 1, nesta quarta, para escoar a água. 
Alagamento na avenida Souza Mota
Alagamento na avenida Souza Mota / Genilson Pessanha
Nessa terça-feira (3), o prefeito Rafael Diniz (Cidadania) reuniu-se com o Grupo de Emergências em Alagamentos (GEA) para debater estratégias de ações e minimizar os impactos provocados pelas chuvas. O gestor destacou a importância do planejamento para ações preventivas e atendimento à população, caso haja necessidade. O major Edison Pessanha fez vistoria, nesta quarta, diques na localidade de Três Vendas e na BR 356, de ligação com São João da Barra.
Ainda nesta quarta, o major ficou de reencaminhar ofício ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea) apontando pontos recorrentes de problemas gerados em época de chuvas, como agora. O coordenador da Defesa Civil reitera, nos ofícios, enviados, primeiro em 2017, a necessidade de reforço nos diques da Boianga (no caso do Inea), e da comporta da BR 356, (direcionado ao Dnit).
Na região, rios apresentam estabilidade
Em Bom Jesus do Itabapoana, o coordenador da Defesa Civil, Roberto de Oliveira, informou que o rio Itabapoana baixou. "O rio Itabapoana abaixou consideravelmente. Hoje, está marcando 2,40m. No momento, há uma família desabrigada e quatro desalojadas. A previsão é que a frente fria vá embora hoje, mas ainda está chovendo", disse.
Em Cardoso Moreira, a secretaria do Ambiente e Defesa Civil informou que o rio Muriaé atingiu a marca de 7,73 metros, sendo que a cota de transbordo é de 8 metros. "O nível do rio estabilizou. Seguimos em vigilância. A orientação é para que os moradores das áreas mais baixas permaneçam em alerta", informou a pasta.
Em Italva, onde a cota de transbordo do rio Muriaé é de 4,20m, a Defesa Civil informou que a tendência é diminuir. "Hoje (quarta), a cota é de 4,48m. Nós estamos com dois desalojados no momento. A tendência é o nível do rio baixar porque ontem (terça), em Itaperuna, subiram seis centímetros e depois estabilizou. Estamos monitorando a todo momento", disse o coordenador Vanderlei Pereira.
Em Laje do Muriaé, o rio também baixou, mas o número de desabrigados e desalojados continua o mesmo. "A cota está em 5,40m. A rua está com pouca água, daqui a uma hora, uma hora e meia, não terá mais água na rua. Ainda estamos com oito famílias desabrigadas e 89 desalojadas. As pessoas estão ganhando confiança para voltar para casa, mas eu não aconselho voltar. O fato de ter baixado, não quer dizer que resolveu, pois nos próximos dias a previsão é de chuva", explicou o coordenador da Defesa Civil de Laje do Muriaé, Alexandro Vicente Fernandes.
Já em Santo Antônio de Pádua, a prefeitura informou que as aulas desta quinta-feira (5) estão suspensas. Nesta quarta, o nível do rio Pomba era de 4,65m, sendo que a cota de transbordo é de 5m. “A previsão para os próximos dias é de cheia, a partir de amanhã (quinta). Nós só não sabemos a quantidade exata porque depende muito da quantidade que vai chegar no município de Cataguases, em Minas Gerais”, informou o órgão.

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