Aluysio Abreu Barbosa
11/02/2020 07:40 - Atualizado em 19/02/2020 16:50
“São Francisco não vai aguentar mais quatro anos sendo governado por quem está no poder. A gente está vendo a dificuldade no turismo, nas praias, com o servidor, problema no cartão-alimentação, três anos sem reajuste. No TJ, (o ex-prefeito) Pedrinho (Cherene, atual MDB) ficou inelegível na última decisão, mas está recorrendo. As minhas críticas ao final do governo Pedrinho, eu mantenho. Mas a gente precisa olhar para a frente. Para que a gente possa ter uma candidatura só nesse grupo de oposição (à prefeita Francimara Barbosa Lemos, PSB). Nos aproximamos. Ele (Pedrinho) mantém a pré-candidatura dele, mesmo com essas dificuldades, e eu mantenho a minha pré-candidatura. Vai chegar o momento que a gente vai definir quem é o candidato do grupo”. Foi o que disse o ex-vereador são franciscano Marcelo Garcia (PSDB), na manhã desta terça-feira, ao Folha no Ar 1ª edição, da Folha FM 98,3.
Após abrir uma distensão com Pedrinho na eleição municipal de 2016, considerada fundamental na eleição de Francimara, Marcelo quer o apoio do ex-prefeito. Ainda assim, propõe a renovação radical no município cujos governos têm se alterado entre as famílias Cherene e Barbosa Lemos:
— Mesmo com a presença de Pedrinho, que foi prefeito, mas é um projeto novo. Defender que a gente vai combater corrupção, vai dar transparência, que nossos secretários serão pessoas que nunca foram secretários. Para garantir que haja uma mudança não só do prefeito e do vice-prefeito. Defender que a gente acabe com o cargo de subsecretário para enxugar a máquina. É um projeto que vamos mostrar à população: nós vamos fazer isso. É um novo olhar. Mesmo com a presença de Pedrinho, não quer dizer que vai ser a repetição do seu governo. Eu vejo como uma aliança política entre pessoas que querem o bem da cidade. Eu vejo isso de forma natural da política. Hoje, você pega a esquerda do Rio de Janeiro, o (deputado federal) Marcelo Freixo é pré-candidato (a prefeito do Rio). E para ele fortalecer a candidatura dele, está trazendo o PT. O Psol sai do PT, sai com críticas ao PT.
Para garantir que o projeto do seu grupo dê certo num eventual governo de São Francisco, além das bandeiras da moralidade e da transparência, Marcelo propôs outra. A do cumprimento de metas no serviço público:
— Temos que defender que o secretário tenha metas. Se ele não cumprir suas metas, ele vai ser exonerado. A gente tem que dar resultado. Eu não estou preocupado com o resultado político. Estou preocupado em construir o melhor governo da história da cidade. Eleição, a população escolhe o projeto que quer. O difícil é depois executar. É com essa determinação que a gente quer fazer a diferença em São Francisco. A partir de 4 de abril, é que a gente vai conversar sobre a definição da chapa. A cidade já cansou um pouco desse formato de você ter essas duas famílias (Cherene e Barbosa Lemos) brigando. Vamos seguir um caminho diferente. Mas Pedrinho está nesse projeto? Está, sem problema nenhum, mas tem esse projeto diferente.
Blogueiro do Folha1, que teve participação especial na bancada da Folha FM, Edmundo Siqueira perguntou diretamente a Marcelo se Pedrinho participaria de um eventual governo seu. E o pré-candidato a prefeito respondeu como o deputado federal Wladimir Garotinho (PSD), quando indagado no Folha do Ar do dia anterior, que participação o pai, o ex-governador Anthony Garotinho (sem partido), teria em um eventual governo seu em Campos:
— Ele (Pedrinho) nem pode participar. Porque com a inelegibilidade, pela Lei da Ficha Limpa, não poderia. Consultar Pedrinho, que foi prefeito, não vejo dificuldade nenhuma. Ele tem a experiência de ter sido prefeito por quatro anos.
O assunto no Folha no Ar desta quarta-feira, a partir das 7h, continua sendo SFI. Desta vez, o entrevistado será o pré-candidato a prefeito José Renato Pontes (sem partido).
O entrevistado desta quinta-feira, a partir das 7h, será o sociólogo e professor Hamilton Garcia.