Maria Laura Gomes
22/02/2020 15:59 - Atualizado em 28/02/2020 14:07
Os brasileiros costumam comer muito na rua durante todas as estações do ano. No período do verão, até mesmo no Carnaval, que é uma época em que as pessoas viajam com suas famílias, os cuidados precisam ser redobrados quando o assunto é comida de rua. O calor deteriora os alimentos com mais rapidez e o consumo de alimentos armazenados ou produzidos de forma inadequada, podem atrapalhar os dias de descanso e diversão.
O indicado, de acordo com os médicos, é que as pessoas se alimentem mais vezes durante o dia com porções menores, evitando alimentos pesados como maionese, feijoada e outros tipos de alimentos gordurosos. A indicação não vale apenas para alimentos, quem gosta de bebidas alcoólicas deve se prevenir também. Bebidas como cerveja, não hidratam. O adequado é dar preferência a bebidas isotônicas, que são compostas por sódio, carboidratos, potássio, vitaminas e mineiras. Bebidas como água, sucos e água de coco, são essenciais. As pessoas que mais sofrem com a desidratação e intoxicação alimentar durante este período, são as crianças e os idosos.
Ao ingerir alimentos que não estão armazenados corretamente e que geram consequências para a saúde das pessoas, essa má alimentação gera a chamada gastroenterite, que é a inflamação do trato gastrointestinal que afeta o intestino delgado e o estômago. Os sintomas que mais recorrentes destas infecções são: náusea, vômitos, diarréia líquida, cólicas abdominais, e febre em alguns casos. Se a pessoa tiver todos esses sintomas acompanhado de febre, é necessário procurar um médico urgentemente, pois é um sinal de algo mais grave. Alguns microrganismos podem causar distúrbios no fígado, nos rins, neurológicos, alérgicos e infecção generalizada.
De acordo com o gastroenterologista Geraldo Venâncio, o surgimento de febre é um sinal grave. “Se a pessoa não estiver vomitando, pode tentar uma reposição de líquido por via oral. Se tiver vomitando, é preciso buscar um atendimento pra receber hidratação por via venosa. O paciente com febre é perigoso porque podem causar vários distúrbios” explicou.
O ambulante, Leandro Ferreira, de 42 anos, já está há 14 anos no comércio. Buscando proporcionar alimentos de boa qualidade para os clientes, além da documentação da Vigilância Sanitária, Leandro tem a documentação da Superintendência de Fiscalização de Posturas e Companhia de Desenvolvimento do Município de Campos (Codemca). “Aqui tem água encanada também. Nós não podemos ficar nos escondendo. Aqui nós servimos churrasquinho, almoço e sanduíche. Tem de tudo um pouco”, disse.
O vendedor Ronald Rodrigues, de 23 anos, da preferência ao local por diversos motivos, principalmente, pela higienização. “Eu já como aqui, há uns dois, três meses. O único lugar que como é aqui, tenho essa preferência porque é tudo limpo, muito higiênico. Não só a higienização, mas o bom atendimento também. Esse cara é um servo de Deus”, acrescentou.
Já a aposentada, Marli Volino, de 70 anos, que costuma veranear em Farol de São Thomé, há 13 anos, contou que não come na rua. Nem ela, nem ninguém da sua família. “Meu marido já passou mal comendo cachorro quente na rua. Nós comemos comidas saudáveis. A comida de rua fica muito exposta ao calor” afirmou.
Fiscalização — A Vigilância Sanitária possui um setor dedicado exclusivamente à fiscalização sobre o comércio de alimentos em todo o território do município, atuando durante todo o ano, de segunda a sexta, de 6 às 22 horas. Somente nesse início de 2020, já foram fiscalizados mais de 200 estabelecimentos, aplicadas mais de 100 notificações, 17 multas, três interdições e descartados mais de 300 quilos de alimentos impróprios ao consumo.
Denúncias anônimas podem ser encaminhadas pelo e-mail: [email protected], desde que seja fornecido o endereço completo do estabelecimento denunciado, com nome da rua e número de localização.