Catarine Barreto e Camilla Silva
17/02/2020 13:55 - Atualizado em 26/02/2020 14:06
Um grupo de familiares de pacientes de Campos, que eram atendidos pelo serviço de home care, fizeram uma manifestação, nesta segunda-feira (17), em frente ao Fórum Maria Tereza Gusmão, no Centro. Segundo os participantes, o serviço foi interrompido para cerca de 70 pessoas e não há previsão de retorno. Eles buscaram judicialmente o retorno do atendimento. Segundo município, a Secretaria de Saúde vai absorver os pacientes depois de março, quando termina o contrato com empresa terceirizada que realiza o serviço atualmente.
Home care é o termo em inglês para a assistência médica domiciliar. Essa modalidade, hoje uma obrigação do SUS e da saúde suplementar, visa permitir desospitalização precoce dos pacientes e tem como principais usuários pacientes com doenças crônicas e grande dependência para cuidados da vida diária e de enfermagem.
Um dos pacientes que perderam o serviço foi Mônica dos Santos Souza, de 37 anos. A irmã, Monike dos Santos falou sobre a dificuldade que passam sem o serviço de home care. “Nós pedimos socorro. Nossos familiares estão em casa com risco eminente de morte, por falta de medicação e assistência médica. Esse direito é deles e estão lutando por ele”, disse Monike.
Outro que pede ajuda é o pai do jovem Maxsuel Pinheiro Ramos, de 17 anos. Adenilson Ramos disse que se o filho precisar ser internado novamente, ele pode adquirir alguma bactéria hospitalar.
— Eu sei que se ele retornar para o hospital, tirando os aparelhos de casa, ele não vai sobreviver, e esse serviço é direito dele. Ele não terá o conforto e maior segurança no hospital como tem em casa — contou Adenilson.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou, em nota, que o contrato da empresa de home care ainda está vigente, que já levantou as necessidades de cada paciente e que vem prestando assistência aos familiares com suplementos das demandas ligadas aos pacientes. “Conforme acordo realizado no Ministério Público, todos os pacientes serão assistidos pela empresa até o final de março. A SMS ressalta ainda que ninguém ficará desassistido. A Secretaria de Saúde vai absorver os pacientes. Os familiares que quiserem esclarecer dúvidas ou devem procurar a ouvidoria da SMS ou o Serviço de Atenção ao Paciente Domiciliar (SAD)”, completou.