Rio Paraíba alcança 9,60 metros e moradores começam a deixar casas na Coroa e Ilha do Cunha
Paula Vigneron, Virna Alencar e Ícaro Barbosa 14/02/2020 16:36 - Atualizado em 14/02/2020 20:02
  • Rio Paraíba do Sul, em Campos, está a poucos metros de seu nível de transbordo

    Rio Paraíba do Sul, em Campos, está a poucos metros de seu nível de transbordo

  • Rio Paraíba do Sul, em Campos, está a poucos metros de seu nível de transbordo

    Rio Paraíba do Sul, em Campos, está a poucos metros de seu nível de transbordo

  • Rio Paraíba do Sul, em Campos, está a poucos metros de seu nível de transbordo

    Rio Paraíba do Sul, em Campos, está a poucos metros de seu nível de transbordo

  • Rio Paraíba do Sul, em Campos, está a poucos metros de seu nível de transbordo

    Rio Paraíba do Sul, em Campos, está a poucos metros de seu nível de transbordo

  • Rio Paraíba do Sul, em Campos, está a poucos metros de seu nível de transbordo

    Rio Paraíba do Sul, em Campos, está a poucos metros de seu nível de transbordo

O rio Paraíba do Sul alcançou, às 18h desta sexta-feira (14), 9,60 metros e a água já invade casas nos bairros Ilha do Cunha e Coroa, onde moradores retiram animais e começam a deixar suas residências para se abrigarem em casas de parentes. De acordo com a Defesa Civil municipal, a cota de transbordamento é de 10,60 metros. Em um intervalo de 24 horas, o rio subiu cerca de dois metros em Campos e, na manhã desta sexta, a água já havia invadido o Cais da Lapa, no Centro. A previsão é que o nível do Paraíba continue a subir nas próximas horas. Em outras cidades, como Itaperuna, Bom Jesus do Itabapoana, Santo Antônio de Pádua e Cardoso Moreira, as coordenadorias de Defesa Civil também estão em alerta e monitoram as cheias dos rios.
De acordo com a Defesa Civil municipal, duas famílias — uma da Coroa e outra da Ilha do Cunha — tiveram que deixar suas casas nesta sexta-feira, mas diversos moradores já tiveram as residências invadidas pela água. É o caso de Cristiane da Silva, de 45 anos, que reside próximo a um campo de futebol e teve a casa cercada pela água do rio. “Moro aqui com um casal de filhos, genro e neta, de 4 anos. Estou aguardando mais um pouco para ver como vai ficar a situação e até o fim da tarde estamos indo para casa da minha mãe, onde tem uma parte alta para nos abrigarmos. Aqui, a água invadindo a casa, não há o que fazer, perdemos tudo”, disse.
O morador Rainer Carvalho, de 33 anos, contou que durante a tarde a água subiu em uma velocidade que assustou os moradores, e a comunidade se uniu para retirar os animais que são criados à margem do rio e ajudar as famílias em situação de risco. “Nessas horas vale a solidariedade. É um ajudando o outro. Alguns estão retirando seus animais para não morrerem afogados e estão deixando suas casas”, afirmou.
Já na comunidade da Coroa, um idoso ficou desalojado. José Marcos Gomes, de 67 anos, contou que mora à margem do rio há dois anos. Calçando galochas, ele retirou seus bens da residência e colocou em uma base de concreto, ao lado de sua casa, onde afirmou que irá pernoitar até que o rio Paraíba baixe seu nível.
De acordo com a Prefeitura de Campos, apesar de a Defesa Civil municipal não ter recebido solicitações para remoção de famílias em áreas ribeirinhas, equipes estiveram durante a tarde na Coroa, Ilha do Cunha e Três Vendas auxiliando os moradores. Na localidade de Três Vendas, a equipe avalia como o rio Muriaé está se comportando nesse trecho e mantém a população informada sobre os monitoramentos feitos pelo órgão.
Segundo o coordenador da Defesa Civil, major Edison Pessanha, o órgão segue monitorando a represa Ilha dos Pombos, entre os municípios do Carmo (RJ) e Além Paraíba (MG), e os outros afluentes do rio Muriaé. De acordo com o monitoramento, a represa mantém a vazão de 1.450 metros cúbicos de água por segundo.
— Em uma hora, o Paraíba subiu cinco centímetros. Na medição das 14h, estava em 9,44 m e na de 15h, subiu para 9,49 m, sendo que a cota de transbordo é de 10,60 m. Isso ainda não apavora, como ocorreu ontem (quinta), quando, em 24 horas, o nível subiu dois metros. A preocupação é que a represa da Ilha dos Pombos continua com a vazão alta, então, com o rio cheio, ainda tem muita água por vir. Em outras cidades, os rios continuam baixando, mas isso com os afluentes do rio Muriaé. Pelo Paraíba, ainda está vindo bastante água — informou major Edison Pessanha, acrescentando que a última vez que o rio atingiu esta cota foi em janeiro de 2012.
A Defesa Civil Municipal alerta às famílias que vivem muito próximas ao rio Paraíba do Sul para que liguem para a Defesa Civil em caso de emergência, através do 199 ou (22) 98175-2512.
Região — Em Cardoso Moreira, a Defesa Civil informou que o rio Muriaé atingiu a marca de 7,52 metros, sendo que o nível de transbordo é de 8 metros. O município segue em estágio de alerta. “Seguimos em vigilância, monitorando a situação do nível do rio nos municípios à montante. A orientação é para que a população das áreas mais baixas procure um local seguro e retire suas coisas”, informou a Defesa Civil.
Em Santo Antônio de Pádua, o nível do rio Pomba chegou a 6,13 metros na manhã desta sexta, ultrapassando sua margem de transbordo. A Defesa Civil do município informou que em Cataguases (MG), o rio Pomba está em 8,23 metros. “A Secretaria Municipal de Defesa Civil e o Departamento de Comunicação Social estão de plantão atualizando as informações em suas páginas oficiais. Além disso, os telefones 199 e 3851-2165 (Defesa Civil) estão disponíveis para informações e solicitações”, informou.
Em Bom Jesus do Itabapoana, o rio Itabapoana chegou a 2,75 m, 65 cm acima da cota de transbordo. Segundo a Defesa Civil, há previsão que algumas águas da cabeceira do rio, na região do Caparaó, chegassem a Bom Jesus nesta sexta. “Estamos contando que a cheia não seja como a que tivemos há três semanas. Nós estamos de prontidão, em alerta”, informou a Defesa Civil.
Em Itaperuna, o município segue em alerta vermelho. O rio Muriaé continuou a subir nesta sexta-feira e atingiu a marca de 5,81 metros. Algumas ruas ficaram alagadas, principalmente na área central. Devido às chuvas, a secretaria de Educação suspendeu as aulas nas escolas da zona urbana, do campo e creches da rede municipal de ensino.

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