Catarine Barreto
05/02/2020 17:19 - Atualizado em 13/02/2020 15:39
Está sendo investigada na 143ª Delegacia de Polícia (DP) a morte de um menino de 11 anos que desmaiou dentro de uma loja de roupas, em Itaperuna, no último sábado (01). João Pedro de Melo Donadio sofreu uma parada cardíaca na madrugada de terça-feira (04), após três dias internado no Hospital São José do Avaí. A Polícia Civil trabalha com a possibilidade de o menino ter sido atingido por uma descarga elétrica.
De acordo com o pai de João Pedro, o empresário Elieser Donadio, o menino estava dentro da loja, na companhia da mãe, a gerente geral da Caixa Eliane Amancio, quando sentou na base de uma arara de roupas e, logo em seguida, caiu desacordado.
— Recebi diversas ligações de familiares informando que meu filho estava no hospital. Quando cheguei à unidade, a mãe dele me informou que entrou na loja de roupas e uma vendedora à abordou pedindo informações relacionadas ao serviço da mãe do João e que meu filho foi para o outro lado, para perto da arara. Logo em seguida, ele já caiu desacordado — disse Elieser.
A mãe, ao ver João Pedro caído, tentou socorrê-lo e o levou de táxi para o Hospital São José do Avaí, onde ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) até a madrugada de terça, quando não resistiu a um procedimento médico.
— Os médicos que atenderam meu filho perguntaram se o João Pedro havia ingerido remédio, se ele tinha algum problema de coração, mas nada disso aconteceu. Ele sempre foi saudável — contou o pai do menino.
Ainda segundo Elieser, ao socorrer João Pedro, a mãe teria sentido um choque, “mas não se atentou para o fato naquele momento” e só se recordou quando entrou no quarto e percebeu que haviam queimaduras no nariz e na barriga da criança.
Elieser também relatou que a mãe de João Pedro “ligou querendo a informação da possibilidade de choque", mas a loja, segundo ele, não respondeu o questionamento da mãe.
O titular da 143ª DP, Sérgio Santana, informou que, no momento, a Polícia Civil está realizando as oitivas. Uma funcionária da loja e o pai já foram ouvidos.
— Realizamos duas perícias no local, um na segunda (03) e outra na terça-feira, e a nossa linha de investigação está calcada na ideia de uma descarga elétrica. Mas, aguardamos o laudo pericial e médico para que possamos dar continuidade às investigações. Ainda vamos escutar a mãe da vítima e os donos da loja — disse o delegado.
Elieser lamentou a morte do filho e quer que tudo seja esclarecido. “O meu filho entrou vivo e cheio de saúde naquela loja. Algumas pessoas estão veiculando mentiras nas redes sociais, como, por exemplo, que meu filho tomou um choque no celular, mas eu estou com o aparelho nas mãos e o mesmo está intacto. Ele não estava com o celular no carregador e a bateria permanece intacta e será entregue à polícia para investigação. Estou sem chão”, concluiu o pai.
Advogado da loja, Luiz Lessa afirmou que as câmeras de segurança foram entregues à Polícia Civil e que todos estão consternados com o ocorrido.
— O ofício da delegacia veio requisitando as imagens, se não estou enganado, entre 10h30 e 11h, mas a situação toda ocorreu depois das 11h da manhã do último sábado. Então, nós mandamos o trecho solicitado e o trecho que não foi solicitado, onde aparecia o fato todo, onde mostra a criança sendo socorrida. Uma funcionária da loja acompanhou a mãe até o hospital para o socorro. A loja passou por perícia e estamos colaborando com tudo, à disposição da família e engajados para saber o que aconteceu — disse o advogado.
Em postagem no Facebook, a mãe de João Pedro lamentou a perda e disse que buscará justiça.
— Ele se foi mas deixou um legado infinito, jamais conseguirei viver sem lembrar de cada sorriso e do quanto me ensinou o amor e a verdade. (...) Eu quero justiça! Nada mais vai amenizar minha dor — publicou Eliane.