Paulo Renato Porto
14/02/2020 20:43 - Atualizado em 02/03/2020 14:39
A redução das receitas do petróleo para os municípios produtores tem preocupado prefeitos assim como especialistas. Na quinta-feira, Campos recebeu apenas R$ 5,8 milhões de Participações Especiais (PE), mas outros municípios também foram atingidos pela queda na renda petrolífera. Nesta sexta-feira, em seu blog, o economista José Alves Neto tratou do que chamou de “esgotamento das rendas do petróleo da Bacia de Campos” com base em estimativas da Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANP).
— Considerando os repasses da PE pela ANP, somente no ano de 2020, Campos, receberá apenas R$ 129,5 milhões. Macaé, R$ 8,594 milhões. O de Rio das Ostras, a previsão é de R$ 22,4 milhões e o de São João da Barra, R$ 30,531 milhões — calculou.
Na avaliação do economista, a produção do petróleo pode chegar ao fundo do poço, havendo a possibilidade de que estes municípios mergulhem numa conjuntura de retração.
— Pode-se afirmar embasado nos números da previsão da ANP que a produção da Bacia de Campos atingiu o final do poço. Para tristeza e desencanto de todos os munícipes. Com a grande possibilidade das suas respectivas economias mergulharem numa conjuntura de retração em função da redução do fluxo de rendas do petróleo.
O superintendente de Petróleo e Tecnologia de São João da Barra, Wellington Abreu, sugere à ANP o aprofundamento dos dados.
— A Bacia de Campos já possui 43 anos de produtividade e a redução em sua produção é inevitável. Os investimentos da Petrobras estão direcionados para o pré-sal, que gera maior produtividade a curto prazo, com alta lucratividade. Solicitei uma reunião com a Superintendência Estadual de Petróleo e a ANP com o objetivo de suprir a administração municipal com mais dados, uma vez que estamos nos baseando, principalmente, com as previsões que a própria ANP disponibiliza em seu site oficial quanto às estimativas de royalties e Participações Especiais — avaliou.