Até o dia 29 de dezembro, seguirá aberta no Sesc Campos a exposição “Uma pincelada na história da pintura em Campos dos Goytacazes”, com curadoria do presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Campos, Genilson Paes Soares. A mostra inclui nomes, fatos e trabalhos de artistas que, ao longo de quase dois séculos, construíram uma rica história da pintura na planície goitacá. Aberta no dia 08 de novembro, a mostra pode ser visitada de terça-feira a domingo, das 9h às 18h. Entrada gratuita.
Com grande tradição histórica e importância econômica, desde os primórdios de sua elevação a cidade no ano de 1835, Campos sempre revelou talentos artísticos provenientes da sua população diversa. Na segunda metade do século XIX, buscando estar em sintonia com o que havia de mais requintado na Europa, as mais importantes famílias da aristocracia rural da região já ostentavam os retratos pintados dos seus nobres nos salões dos palacetes e solares.
As visitas de Dom Pedro II e sua família a Campos fizeram com que as instituições encomendas-sem também retratos do imperador. A cidade passou a atrair a atenção dos pintores da corte, que faziam visitas regulares para fechar encomendas. Hoje, a maioria dessas obras faz parte do acervo da Santa Casa de Misericórdia de Campos, da Sociedade Portuguesa de Beneficência de Campos e da Prefeitura Municipal. A exposição aberta no Sesc Campos é um resgate dessa rica trajetória e do avivamento de artistas, que atualmente são nomes que muitos campistas desconhecem.
Destacam-se os seguintes artistas no período inicial abordado: João Baptista Borely (1815-1880), Clovis Arrault (1838-1895), Guilherme Litran (1840-1897) e Augusto Off (1838-1883). No fim do século XIX, dois pintores campistas ficaram em voga: Antônio Araújo de Souza Lobo (1840-1909) e Leopoldino Joaquim Teixeira de Faria (1836-1911). Na primeira metade do século XX, apareceram com expressão nacional o marinista Antonio Garcia Bento (1897-1929), as pintoras Roselle Torres del Negro (1892-1929) e Candida Gusmão (1901-1994), além do escultor Modestino Kanto (1889-1967). Depois de longo período, somente na década de 1970 outros dois artistas campistas voltaram ao cenário nacional: Paiva Brasil (1930) e Ivald Granato (1949-2016). Atualmente, além de Paiva Brasil, há os contemporâneos Edmilson Nunes (1964) e Lucia Laguna (1941). (A.N.)