Odisséia em rota de colisão com Dutra
Aldir Sales e Aluysio Abreu Barbosa 24/01/2020 20:32 - Atualizado em 19/02/2020 16:42
As polêmicas envolvendo o diretório do PT em Campos ganharam mais um episódio nesta sexta-feira (24) depois que a presidente Odisséia Carvalho emitiu nota oficial onde afirmou que “os ataques” do professor e sociólogo da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) Roberto Dutra “ao PT carreguem um falso clamor por uma esquerda ‘de verdade’”.
Desde a última terça-feira, a Folha da Manhã tem repercutido a declaração do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) André Ceciliano (PT) que disse, durante a festa de Santo Amaro, no dia 15 de janeiro, que caminharia ao lado de quem o deputado estadual Rodrigo Bacellar (SD) apoiasse na próxima eleição municipal. Porém, o PT de Campos possui dois pré-candidatos a prefeito: Odisséia e o petroleiro José Maria Rangel.
Ambos refutaram o presidente da Alerj e reafirmaram a decisão do diretório de ter candidatura própria. O caso foi parar na reunião da Executiva Estadual do partido que também firmou posição por candidaturas petistas em municípios com mais de 100 mil habitantes.
Apesar das críticas internas, Ceciliano disse que o partido é livre para lançar candidatura independente de sua posição pessoal.
Embora de esquerda, Dutra é conhecido pelo tom crítico à esquerda e ao PT. Na última terça, o professor escreveu nas redes sociais e foi reproduzido no blog Opiniões, hospedado no Folha1, que via o PT como um “PP com grife”, criticando ainda o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na nota, Odisséia relatou que o sociólogo seria filiado ao PSB. “Embora seus ataques ao PT carreguem um falso clamor por uma esquerda ‘de verdade’, o professor esconde que o PSB em Campos é muleta do terminal governo Rafael Diniz que, cercado por tecnocratas insensíveis socialmente, foi incapaz de compreender quais as reais necessidades do povo e apresentou a Campos uma crise social sem precedentes. Estas declarações refletem o medo com a reorganização em Campos do maior partido de esquerda da América Latina”.
Por sua vez, Roberto Dutra declarou que o PT “confunde corporativismo sindical com interesse público”. “Minha crítica não é moralista. O foco é a incompetência política do partido em oferecer alternativas de políticas públicas transformadoras. Não falo como membro do PSB. Mas cabe destacar que o partido está buscando oferecer políticas que transformem estruturas sociais de modo duradouro, cumulativo e crescente. Sua contribuição ao governo Rafael Diniz é marcada por políticas ousadas que estão, por exemplo, melhorando a qualidade da educação, como nunca foi feito. Nesta área, o PT confunde corporativismo sindical com interesse público. A nota do partido sequer tem a coragem de entrar no mérito de minhas críticas. Limita-se a dizer que são infelizes. Infeliz é uma esquerda controlada pelo interesse organizacional desprovido de programa para o Brasil, o Estado do Rio de Janeiro e Campos. O PT estadual e o de Campos são uma versão piorada deste PT nacional sem rumo para ofertar ao país”.

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