Diálogo entre Marcão e Wladimir
Aldir Sales 17/01/2020 20:37 - Atualizado em 19/02/2020 16:38
Opostos em 2018, os deputados federais Marcão Gomes (PL) e Wladimir Garotinho (PSD) confirmaram que conversaram em Brasília e se colocaram à disposição para trabalhar em conjunto por Campos e pela região. O ex-presidente da Câmara Municipal recebeu 40.901 votos, mas ficou na primeira suplência da coligação PL/Podemos, enquanto Wladimir somou 39.398 votos e foi eleito pelo PRP. Marcão tomou posse na capital federal no último dia 18 de dezembro, na vaga de Altineu Côrtes, que assumiu a secretaria estadual de Ambiente e Sustentabilidade do Rio de Janeiro.
Enquanto Marcão é aliado do prefeito Rafael Diniz (Cidadania), Wladimir é uma das principais lideranças da oposição e do grupo do ex-governador Anthony Garotinho (sem partido). No entanto, pelo menos por ora, os dois deixaram as diferenças de lado e falam em unidade na atuação como deputado.
— Logo que tomei posse, estive com o deputado Wladimir Garotinho e com a deputada Clarissa Garotinho em Brasília. Conversamos de forma muito rápida sobre minha posse e eles me parabenizaram. O intuito é trabalhar por toda a região. O momento, hoje, é de muitas dificuldades. A maioria dos municípios brasileiros está com dificuldades financeiras e orçamentárias. Os deputados federais têm papel fundamental em buscar, junto aos ministérios, às emendas de bancada, emendas impositivas, recursos para estes municípios. Em Brasília o intuito é trabalhar em conjunto, com a bancada do Rio de Janeiro, para ajudar nosso estado e nossa região — afirmou Marcão, que disse, ainda, que as diferenças políticas devem ser discutidas durante as eleições e não durante atuação como deputado.
Wladimir também confirmou o diálogo e destacou a importância de deixar as bandeiras partidárias de lado.
— Realmente encontrei com ele no aeroporto, parabenizei pela posse, disse que poderia contar comigo para abrir portas e para trabalhar em conjunto por Campos e pela região. Acho que é muito importante, independente de bandeira política, de bandeira partidária ou de eleição, é bom para a cidade e para a região que o trabalho seja em conjunto. Ele, inclusive, está em uma situação que assumiu temporariamente a cadeira e não vai ter as mesmas condições de trabalho que um deputado eleito porque sabemos como é a questão de gabinete com quem sai momentaneamente, então me coloquei à disposição para trabalhar e buscar soluções em conjunto.
Irmã de Wladimir, a deputada Clarissa Garotinho (Pros) foi na mesma linha: “Encontrei com o Marcão no aeroporto, sim, e o parabenizei. Temos que estar unidos em torno da região, isso é o mais importante. A gente deixa as diferenças políticas para as eleições lá na frente. A população não quer briga, quer resultado. Quanto mais gente brigando pela região, melhor”.
Em entrevista ao programa Folha no Ar, na Folha FM, na última quarta-feira, o presidente da Câmara Municipal, Fred Machado (Cidadania) – outro aliado de primeira hora de Rafael –, também revelou diálogo com Wladimir durante as conversas para tentar encontrar um consenso para votação do Orçamento da Prefeitura de Campos.
— “Para ser sincero, eu conversei com (o deputado federal e pré-candidato a prefeito) Wladimir (Garotinho, PSD) por telefone. Só porque realmente precisando definir essa situação. Então ele falou: ‘Então eu vou ver com a oposição o que eu posso fazer aqui’. Eu tive uma conversa com (o vereador de oposição) Alvaro (Oliveira, SD). E nessa conversa com ele, a gente teve um contato telefônico com Wladimir, que ficou de analisar essa situação. Eu só cheguei para ele e falei: ‘Eu queria que vossa excelência pensasse se futuramente, se fosse prefeito, se trabalharia bem com 10% de remanejamento. O senhor pensa e dá a sugestão à oposição. E ele disse: ‘Fred, eu vou tentar conversar com a oposição, ver o posicionamento deles e passar a você’. Depois dali, eu não tive mais conversa com ele. A bancada (de oposição) veio com 15%. Eu falei: ‘Com 15% não tem condição. E eu tenho certeza de que prefeito nenhum governaria, principalmente com essa situação dos royalties’. E ali eles fecharam comigo, deram a mão dos 20%”.

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