Virna Alencar
29/01/2020 17:50 - Atualizado em 31/01/2020 16:40
O Museu Histórico de Campos abre as portas para 2ª Semana da Visibilidade Trans que este ano aborda os temas: “Porque somos somente 0,1% nas universidades federais?”; “Não somos doença: O SUS e o atendimento às pessoas trans” e “Estratégias de sobrevivência nos dias atuais”. A programação iniciou nesta quarta-feira (29) – quando é comemorado o Dia Nacional da Visibilidade de Transexuais e Travestis – e se estende até sexta-feira (31). O evento, gratuito, é aberto ao público, sempre das 18h às 22h, e conta com a presença de debatedores que fomentarão discussões sobre os temas.
Segundo a idealizadora da 2ª Semana da Visibilidade Trans, Hisis Nogueira, de 21 anos, somente o diálogo é capaz de combater a ignorância e a violência contra pessoas trans.
“Um grupo de pessoas trans resolveu não mais deixar o Dia Nacional da Visibilidade de Transexuais e Travestis passar em branco e resolveu promover debates para a população campista a fim de conscientizá-la. Acreditamos que somente o diálogo é capaz de combater a ignorância. Então, trazemos os debates com o intuito de acabar com a violência no país que mais mata pessoas trans no mundo. Para nós, da organização, acreditamos que estamos fazendo história em Campos, onde a cada dia estamos ganhando mais espaço”, disse.
Segundo a gerente do Museu Histórico de Campos, Graziela Escocard o espaço é um ambiente propício para reflexão e quebra de paradigmas.
“É a segunda vez que o Museu abre as portas para esse evento de militância, como uma forma de apoiarmos a causa, lembrando que o Museu é um local para quebrar paradigmas e fomentar discussões. Quando estamos trabalhando não temos dimensão do quanto as pessoas lá fora dão importância a esse espaço. Para eles, já é de costume promover eventos em casas culturais e quando acabam realizando um evento no Museu é como se estivessem num local consagrado e reconhecido. É como se estivéssemos legitimando a causa e é muito importante recebê-los para darmos a visibilidade à essa minoria. Hoje, mais do que nunca, os museus estão abraçando causas, inclusive a da visibilidade trans, que é bastante pertinente”, destacou.
Nesta quinta-feira (30), o tema “Não somos doença: O SUS e o atendimento às pessoas trans” terá como debatedores a coordenadora técnica ambulatorial de Unidade de Atenção especializada do Processo Transexualizador do Estado do Rio de Janeiro e assistente social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, atuando no Hospital Universitário Pedro Ernesto. Também contará com a participação de Thárcilo Hentzy, homem trans, estudante de psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro da comissão organizadora da 2ª Semana da Visibilidade Trans.
Saiba – O Dia Nacional da Visibilidade de Transexuais e Travestis é lembrado em 29 de janeiro. A data foi criada em 2004, na ocasião do lançamento de uma campanha nacional elaborada por lideranças do movimento de pessoas trans, em parceria com o Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde.