Adelfran Lacerda fala sobre qualidade da água em Campos
Arnaldo Neto 21/01/2020 07:32 - Atualizado em 25/01/2020 19:11
Lacerda falou sobre qualidade de água
Lacerda falou sobre qualidade de água / Cláudio Nogueira
A cidade do Rio de Janeiro vive um transtorno nos últimos dias com o abastecimento de água por parte da Companhia de Águas e Esgotos (Cedae). Isso por conta da geosmina, a substância orgânica produzida por algas que se alimentam dos resíduos de esgoto no sistema Guandu e que tem provocado cheiro e gosto semelhante ao de terra. Diante desse panorama e todos os seus desdobramentos, o Folha no Ar, da Folha FM 98,3, recebeu o jornalista Adelfran Lacerda, assessor de imprensa da concessionária Águas do Paraíba, responsável pelo saneamento básico campista, para saber qual o panorama na principal cidade do interior do Estado. Segundo Lacerda, Campos tem 93% de coleta de esgoto, na área de contrato da Águas do Paraíba, e desses 93%, 100% tratado. Além disso, há, de acordo com o jornalista, um controle rigoroso da qualidade da água, com reconhecimento inclusive em premiações. Lacerda, lembrou, também, que Campos já passou por problemas parecidos com o que a capital enfrenta:
— Quando eu era criança, duas ou três vezes por ano a gente sentia que a água tinha um gosto de pó de broca. Isso ocorria pela presença de algas também, no rio Paraíba do Sul, aqui, devido à alta insolação, alta luminosidade e determinadas condições de vazão do rio menores. Essas condições juntas elas propiciavam a formação de algas, que à época não eram combatidas como deveriam — disse Lacerda.
Ainda de acordo com o jornalista, o Rio de Janeiro começa a tomar um caminho certo com medida emergencial com uso de carvão ativado, mas precisa de muito mais que isso. “O Rio precisa de um tratamento correto de esgoto. No Estado do Rio de Janeiro, nós temos aí aproximadamente entre 36% e 40% de esgoto coletado, mas nem todo que é coletado é tratado”, alertou.
Lacerda fez um panorama sobre as mudanças na questão do saneamento básico desde o início da atuação da concessionária, em 1999. “Quando a Águas do Paraíba chegou a Campos, o nível de tratamento do esgoto era zero. Campos tinha uma coleta de esgoto na região central, no Parque Nova Brasília e em uma pequena parte de Guarus, ali próximo à igreja de Santo Antônio. Mas era um esgoto lançado 100% in natura no rio Paraíba e no canal Campos-Macaé. Hoje essa realidade mudou. Campos já é considerada a terceira melhor cidade do Estado do Rio de Janeiro em saneamento. À frente de Campos, nós temos apenas Niterói, que é uma das 10 melhores do Brasil, e ficamos alternando a segunda posição com Petrópolis — sendo que as três são do mesmo grupo”, disse.
Interação — Durante a live do Facebook na página da Folha FM, o espectador Maurício Furel Batista questionou: “A Águas do Paraíba está há décadas [atuando no município] e ainda vemos esgoto a céu aberto, um contrato de mais 30 anos, milionário, e a [concessionária é a] mais re-clamada no Procon!”. Lacerda classificou como natural que concessionárias de serviços que atendam a mais pessoas sejam, aparentemente, mais questionadas. No entanto, assegura que as reclamações não chegam a 1% dos clientes. Já com relação ao esgoto a céu aberto, disse que a população tem sua participação nisso, pois muito lixo é recolhido nas redes coletoras de esgoto, o que gera problemas nas estações.
Já no grupo de WhatsApp do Folha no Ar, Gildo Henriques contestou sobre a restauração do chafariz belga, que fica na Praça das Quatro Jornadas, em ação da concessionária no ano de 2015. Gildo quis saber se há intenção de uma nova restauração e quais as medidas serão adotadas para evitar que o patrimônio seja novamente depredado. “A Águas do Paraíba fez uma efetiva recuperação do chafariz, contratou especialistas para fazer a restauração dessa peça, que nunca tinha sido restaurada em mais de 100 anos. Além disso, reestruturou toda rede hidráulica e instalou um projeto de águas dançantes e uma fonte luminosa. Mas foi depredado pela população. Vamos revitalizar de novo, mas, infelizmente, teremos de cercar esse chafariz”, respondeu Lacerda.
Confira a entrevista completa:

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