Soluções para o trânsito em pauta no Folha no Ar 1ª edição
13/01/2020 07:43 - Atualizado em 14/01/2020 16:19
Felipe Quintanilha participa do Folha no Ar
Felipe Quintanilha participa do Folha no Ar / Cláudio Nogueira
Secretário de Desenvolvimento Econômico e presidente do Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT), Felipe Quintanilha foi o convidado da primeira edição desta segunda-feira (13) do programa Folha no Ar, da rádio Folha FM 98,3. Ele abordou questões relacionadas ao trânsito em Campos e nas rodovias que cortam o município, com foco nas obras de duplicação e melhorias. Entre as reformas esperadas para este ano, de acordo com Quintanilha, estão as do Trevo do Índio, com novas pistas, e de Travessão. Ele também comentou sobre o projeto de expansão em trechos considerados críticos da rodovia BR 101, como a região da reserva biológica União em Casimiro de Abreu, e sobre a interdição na estrada dos Ceramistas, cujas obras ainda estão em discussão com o governo do Estado e o Porto do Açu.
Quintanilha destacou a importância da BR 101 para o desenvolvimento de Campos, cidade que comporta 122 quilômetros da rodovia federal. Apesar dos avanços e os benefícios, o presidente do IMTT afirmou que o fluxo de grandes veículos atrapalha a fluidez na área urbana. Para desfazer os “nós” no trânsito, principalmente nos trechos nos arredores do Trevo do Índio, estão previstas ações de melhorias, como o contorno.
— A solução prevista no plano de exploração da rodovia, desde a concessão, além da duplicação da BR entre Campos e Rio de Janeiro, é o contorno de Campos. Aí, começa o imbróglio. Estava previsto, desde o início do projeto, há 13 anos, o contorno em pistas simples, iniciando antes de Ibitioca, cortando toda a região do município, e saindo logo depois do Aeroporto. Quando foi apresentado isso, em 2009, por aí, foram iniciadas as solicitações de alteração do projeto. Então, o que aconteceu de 2009 até o ano passado foram trocas de projetos — explicou.
Depois das discussões acerca das modificações no projeto, houve uma reunião, em setembro, na Firjan, com presença da sociedade civil organizada, de representantes da Agência Nacional de Transportes Terrestres e de autoridades do município.
— Nessa reunião, chegamos à conclusão de fazer um acordo coletivo com a sociedade, de a gente voltar a ter o projeto inicial, ainda que em pista simples. Porque um contorno, tirando o tráfego de caminhões de Campos, ainda que seja em pista simples, é melhor. Hoje, ele já é em pista simples, só que dentro do município. Então, é melhor que seja em pista simples saindo da área urbana. Foi esse o traçado. A obra em si dura de três a quatro anos, a partir do momento em que iniciar, fora o processo de liberação das licenças ambientais, que demora um pouco — detalhou.
Com o atual projeto, que contará com ponte e está em avaliação na ANTT, o trajeto do contorno começará em Ibitioca, distanciando-se dos condomínios na região da Pecuária, atravessará o rio Paraíba do Sul e sairá cerca de dois quilômetros depois do Aeroporto. “A ideia é de que, em 2025, tenhamos o contorno de Campos pronto e entregue aos munícipes”, afirmou.
Outra reforma prevista, que deverá para ser iniciada no mês de junho, é a obra no antigo Trevo do Índio, na região que liga a BR 101 às avenidas Arthur Bernardes e Nilo Peçanha. Por ora, o município aguarda autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A expectativa é de que a reforma, que contará com duas pistas auxiliares, seja concluída até o mês de dezembro.
— A duplicação será do trevo até o Boulevard. Haverá mais duas pistas acessórias, uma de um lado e outra do outro, para dar fluidez à saída da rotatória. A ideia é entregar essa obra até o final de 2020. Este é o trecho de maior congestionamento do município. Outra obra é o trecho de Travessão, onde tem muita entrada e saída de carros e não tem contorno adequado. Ela está prevista para o primeiro semestre de 2020 — adiantou Quintanilha, ressaltando que o objetivo é asfaltar as adjacências e melhorar confluência para a entrada no distrito de Travessão.
O secretário falou, ainda, sobre as obras ao longo da rodovia, no sentido Campos x Rio. Um dos pontos que passará por reforma é Casimiro de Abreu, considerado um dos trechos críticos da BR 101. Atualmente, a duplicação da pista na reunião está parada devido a questões ambientais, principalmente na região que compreende 46 km da reserva biológica União.
— Esse é o principal trecho, com 46 quilômetros parados. É o principal gargalo da duplicação da BR por causa da área da reserva biológica União. Aquela área hoje impede grande parte da duplicação que falta. Também faltam o trecho de Casimiro propriamente dito, que é menos de um quilômetro; mais dois ou três quilômetros em outro trecho, que é uma questão de descida de água nas bases laterais. O grande problema da BR 101 são os 46 km da reserva biológica. A gente recebeu a notícia, na última reunião, que, desses 46 quilômetros, 33 serão executados. Do 144 ao 177, será feita a duplicação. O projeto foi aprovado. A obra será iniciada ainda este ano, com previsão para dois anos de conclusão — disse.
Quanto à interdição ocorrida na estrada dos Ceramistas, como é mais conhecida a RJ 238, por risco de colapso na ponte metálica sobre o canal Campos-Macaé, Quintanilha explicou que foi informado sobre a decisão na noite do último dia 19.
— Nós recebemos um ofício do Departamento de Estradas e Rodagem (DER/RJ), dizendo que havia um parecer da Engenharia para a interdição imediata da ponte. Aquilo nos pegou de surpresa. Ficamos absolutamente atordoados. Hoje, a única via de acesso para o Complexo Portuário do Açu, que não seja pela parte urbana de Campos, é pela estrada dos Ceramistas, alcançando a RJ 216 e, de lá, pegando a BR 356, a Presidente Kennedy e encontrando a BR 101. É o único trajeto, e é a estrada, com todos os seus problemas, mais reforçada, do ponto de vista da engenharia, para receber toneladas. São cerca de mil caminhões, diariamente, que circulam para o Porto do Açu, com cargas que variam de 20 a 40 toneladas — explicou.
Após o comunicado, Quintanilha entrou em contato com o órgão estadual e confirmou a necessidade de reforma devido a um parecer de risco iminente de queda. Foi realizada uma reunião, na última sexta-feira (10), com representantes da Prefeitura de Campos, do Porto do Açu e do governo estadual para definir o cronograma de obras, cujo valor estimado é de cerca de R$ 1,8 milhão.
Uma licitação para contratação da empresa para a reconstrução da ponte, que poderá ser feita com recursos privados provenientes do Complexo Portuário, está marcada para o dia 22 de janeiro. Representantes do Porto irão definir a participação financeira na reforma até a próxima sexta-feira (17). A expectativa é de que os trabalhos, ainda sem previsão para início, sejam concluídos em 60 dias.
Confira a entrevista:

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