Morre Marilene Dabus, primeira repórter mulher a cobrir futebol no Brasil
Matheus Berriel 17/01/2020 17:32 - Atualizado em 25/01/2020 18:44
Marilene lutava contra o câncer
Marilene lutava contra o câncer / Reprodução/Facebook
Primeira repórter mulher a cobrir futebol no Brasil, Marilene Dabus morreu nesta sexta-feira (17), aos 80 anos, após longa batalha contra o câncer. Fortemente ligada ao Flamengo, ela chegou a exercer o cargo de vice-presidente de Comunicação do clube na década de 1980. De acordo com o Globoesporte.com, será respeitado um minuto de silêncio antes da partida do Rubro-Negro contra o Macaé, neste sábado (18), às 16h, no Maracanã, pela estreia de ambos na Taça Guanabara. O velório também acontecerá no sábado, a partir das 11h, na capela 3 do Memorial do Carmo, seguido por cremação, às 14h.
Em publicação no Facebook, a família Dabus informou que Marilene teve “uma partida tranquila e indolor que permitiu a ela o merecido descanso”. O Flamengo usou o Twitter para prestar condolências.
 
 
 
— O Clube de Regatas do Flamengo lamenta profundamente o falecimento de Marilene Dabus, primeira mulher repórter a cobrir futebol no Brasil e figura importantíssima na história do clube, chegando a exercer o cargo de vice-presidente de comunicação do Flamengo nos anos 80 — publicou o clube. — Ela foi pioneira neste departamento e no relacionamento com a imprensa. Emérita e sócia remida, Marilene tinha 58 anos de vida associativa. Nossos sentimentos aos amigos e familiares — acrescentou.
No último dia 10 de dezembro, a jornalista teve lançada sua biografia, “A Moça do Flamengo”, em evento realizado na Gávea. Responsável pela edição e finalização do livro, publicado pela Approach Editora, o jornalista e editor Marcos Eduardo Neves 
— Eu sabia quem era a lenda Marilene Dabus, tudo o que ela tinha colaborado e contribuído para o Flamengo, principalmente na época do “Craque, o Flamengo faz em casa”, época do Márcio Braga, em meados dos anos 1970, quando surgiu aquele timaço campeão no início da década de 1980. Mas, nunca tive uma proximidade com ela. De repente, ela procurou o (jornalista e escritor) Ruy Castro, porque estava escrevendo o livro dela, queria informação, e o Ruy me indicou para finalizar o livro. Calhou de eu estar montando a editora Approach, e a gente estava lançando o selo Museu da Pelada, de futebol. Uniu o útil ao agradável — contou Marcos Eduardo Neves, que teve uma aproximação com a jornalista após a ocasião.
— A gente se conheceu. Foi, para mim, uma honra abrir o nosso selo com o legado da Marilene, primeira mulher a cobrir futebol no país. Hoje, você liga em qualquer emissora de TV e vê tantas mulheres na reportagem, apresentadoras... A Marilene foi quem começou, abriu essas portas num universo que era tão machista. Eu sabia que ela estava mal nos últimos tempos, mas a gente nunca espera esse momento. Hoje, fui acordado com a notícia. Estou meio consternado. Mas, de certa forma, orgulhoso, porque o último desejo, o último sonho que ela tinha, a gente conseguiu realizar e concretizar para ela. Fizemos um grande lançamento, na altura da grande mulher que foi a Marilene Dabus — concluiu o jornalista e escritor.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS