O avanço da tecnologia é algo notório e comprovado. Outra constatação é como esse universo faz parte cada vez mais do nosso dia a dia. Quem nascido no século 20 imaginou que um dia teria telefone móvel e que faria uma ligação de vídeo? E através deste mesmo aparelho comprar um sofá, uma tv, sem sair de casa? Com alguns cliques já é possível escolher o que se vai comer. Já pensou pelo mesmo celular fazer pesquisa de preço de remédios e ali mesmo fazer o pedido? É o que propõe o “Pediu Farma” um aplicativo que compara preços de medicamentos em farmácias instaladas em Campos e efetua a entrega ao cliente.

O aplicativo é um dos 12 projetos aprovados e selecionados pelo Programa Municipal de Apoio a Startups financiado pela Prefeitura de Campos, através do Fundecam (Fundo de Desenvolvimento de Campos), Superintendência de Ciência, Tecnologia e Inovação em convênio com a Tec Campos - incubadora de empresas de base tecnológica.

Ao todo foram 24 inscritos. A bolsa é no valor de um salário mínimo, após esse período, atendendo aos requisitos e dando segmento ao projeto a bolsa passa a ser de dois salários. Em casos de equipe, são até 5 componentes e a bolsa de um ano será paga para, no máximo, um participante por projeto.

Responsável técnico da “Pediu Farma”, Frederico Fiúza, destaca que além dele, outras seis pessoas já atuam em equipe na execução, atendimento e manutenção do aplicativo.

— Já somos sete pessoas atuando diariamente na Tec Campos exclusivamente para melhorias do aplicativo. Até esse momento, já foram feitos mais de mil downloads e a expectativa é de crescimento diante das demandas que temos tido — avaliou.

Frederico ressalta seu entusiasmo diante da primeira quinzena de trabalho na incubadora.

— Estamos todos empenhados e já satisfeitos com o que estamos recebendo através do Programa. Além disso, pensando no crescimento do negócio, já está no planejamento uma campanha publicitária e novas contratações— destacou.

No início do mês de janeiro, o prefeito Rafael Diniz efetuou a entrega dos termos de outorga para os 12 bolsistas aprovados no Programa. Na oportunidade, o Prefeito destacou a importância do poio a empreendedores através do Programa no processo de desenvolvimento econômico de Campos.

— O município está investindo em empreendedorismo e os projetos à prática, estão acontecendo e gerando renda e emprego na cidade — enfatizou.

O Programa Municipal de Apoio a Startups incentiva projetos inovadores em empreendedorismo de base tecnológica nas áreas de tecnologia de informação e comunicação, energia, saúde, educação, transporte, segurança e economia criativa.

Os 12 projetos aprovados e selecionados recebem durante um ano trabalho de mentoria, suporte técnico e orientação para Plano de Negócios. (A.N.)

O superintendente do Fundecam, Rodrigo Lira, ressalta a possibilidade da geração de um ambiente favorável a negócios e desenvolvimento. “O Fundecam foi reinventado na atual gestão, pensando em alternativas de desenvolvimento. E a entrega dos termos de outorga do edital de apoio a Startups, converge com esse objetivo”.

A startup é um empreendimento jovem de crescimento rápido, em busca de um modelo de negócios que visa atender uma necessidade de mercado desenvolvendo um processo, servi-ço ou produto inovador.

As startups oferecem centenas de serviços que passam por alimentação, saúde, beleza, mo-bilidade, segurança, economia, marketing facilitando a vida dos consumidores e projetando novos empreendedores.

Em 2018, o Brasil ganhou seus primeiros unicórnios, termo dado às startups que passam a valer mais de US$ 1 bilhão. O feito foi alcançado pelo aplicativo de transporte 99 e pela Nubank, startup que gerencia serviços financeiros, avaliada em mais de U$ 2 bilhões.

O empreendimento se caracteriza pela inovação do serviço produzido, geralmente de base tecnológica, desenvolvido a custos menores e processos mais ágeis.

Das empresas cadastradas na base de dados da ABStartups, 72% são lideradas por jovens entre 25 e 40 anos de idade, 87,13% são comandadas por homens e 12,3% por mulheres.

— O empreendedor hoje que está tendo um pouco mais de sucesso está entre 35 e 40 anos, é um empreendedor mais maduro, que muitas das vezes tentou um ou dois negócios e teve resiliência para continuar. Porque dificilmente no primeiro negócio vai dar 100% certo, mas o empreendedor brasileiro é bem diferentes dos outros, ele é bem resiliente — diz Rafael Ri-beiro, diretor executivo da ABStartups.

Os setores que mais se destacam no setor de startups são educação (edutechs), agronegócio (agtechs), finanças (fintechs), internet, propaganda, comunicação, comércio eletrônico e saúde e bem-estar. Também há um número expressivo de startups na logística e mobilidade urbana, entretenimento, eventos e turismo.

O maior número de startups brasileiras está concentrado nos estados de São Paulo (41%), Minas (12%) e Rio de Janeiro (9,7%).

Encontrar a solução para um problema é a grande missão de empreendedores. Seja no setor de saúde, educação, mobilidade urbana ou segurança, quando as novas ideias e as ferramentas de solução passam por tecnologia e inovação, em um modelo de negócio com baixo custo e alta potencialidade de crescimento, o desafio é conduzido pelas empresas chamadas startups.

No Brasil estima-se que existam cerca de 62 mil empreendedores e 6 mil startups. O número é mais do que o dobro registrado há seis anos, quando o país ainda começava a discutir o modelo e a perceber o nascimento do novo mercado. Em 2012, haviam 2.519 startups cadas-tradas na Associação Brasileira de Startups (ABStartups). Em 2017, o número saltou para 5.147.

Segundo a associação, o número de empresas hoje pode ser ainda maior, por volta de 10 a 15 mil, mas muitas ainda estão na fase de ideias e nem todas tem o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). “A gente percebe que teve um amadurecimento muito grande do setor. Quando a gente pega 2012, ainda nem havia no Brasil de forma adequada a constituição de aceleradoras, empresas, conceitos de incubadoras. O tema subiu de nível. Esse número vai crescer muito mais em diversos segmentos”, concluiu Rafael.