O verão é uma das épocas mais esperadas pelos brasileiros e exige cuidados redobrados devido à intensa exposição ao sol. Neste período, a campanha “Dezembro Laranja” alerta para o câncer de pele, que é um dos mais comuns no Brasil, mas não recebe muita atenção da população. A campanha é promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) desde 2014.

De acordo com a SBD, sempre no último mês do ano, várias ações são realizadas em parceria com instituições privadas e públicas para informar à população sobre as principais formas para a prevenção da doença e a procura por um médico especializado para diagnóstico e tratamento. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima 85.170 casos novos de câncer de pele não melanoma entre homens e 80.410 nas mulheres para cada ano do biênio 2018-2019. Esses números correspondem a um risco estimado de 82,53 casos novos a cada 100 mil homens e 75,84 para cada 100 mil mulheres.

Apesar de a campanha ser realizada só em dezembro, oncologistas e dermatologistas explicam os cuidados que as pessoas precisam ter para a prevenção da doença não só no verão, mas durante o ano todo. O alerta vale para crianças, jovens, adultos e idosos, principalmente para pessoas de pele e olhos mais claros. De acordo com a dermatologista Ana Paula Dernato, o uso do filtro solar é importante para proteger a pele e diminuir o risco da doença. “Além disso, é recomendado beber bastante água, evitar a exposição ao sol entre 10h e 16h, usar itens de proteção adequada, como chapéus e barracas e buscar lugares com sombra” explicou Ana Paula.

O não melanoma é o mais comum e aparece na face, no braço. Geralmente, pode se apresentar como uma ferida, uma casca que não cicatriza ou que fecha e abre. Quando esse tipo de câncer de pele é diagnosticado precocemente, ele é tratado com cirurgia para a retirada da lesão. O melanoma é mais complicado porque em potencial de metástase. Se ele estiver em uma fase um pouco mais avançada, pode se espalhar para diversos órgãos. Neste caso, é necessário realizar outros tipos de tratamento. O oncologista Frederico Paes Barbosa explicou sobre um grande avanço no tratamento do melanoma, que é a utilização de imunoterapia, medicamento que estimula a resposta imunológica contra as células cancerígenas.

— É um novo tratamento que surgiu, e as melhores respostas foram em pacientes com melanoma. No início, o melanoma é igual ao tipo não melanoma. Ele pode ser tratado com operação e resolver. O risco do melanoma é que ele pode ter uma propensão de, em alguns casos, espalhar e trazer problemas mais sérios, levando à morte. É bom descobrir os dois tipos de câncer no início — finalizou Frederico.

Sheila de Jesus, de 31 anos, contou que começou a se prevenir, com mais cuidados em relação ao sol, aos 30 anos. No início, ela foi motivada por questão estética. Após ir ao dermatologista e seguir blogueiras que desenvolvem uma série de conteúdos para combate a doenças, ela passou a reforçar os cuidados. Hoje em dia, Sheila usa os filtros solares com fator 50 ou superior, que permite retocar menos vezes ao dia e produz proteção mais significativa em sua pele.

— A gente tem essa cultura de seguir muitos vídeos no YouTube, blogueiras. Existe uma onda de “Skincare”. São desenvolvidas séries de conteúdos que acabam esclarecendo, para as pessoas comuns que não têm aquele conhecimento específico, sobre os tipos de produtos de cuidado com a pele. Depois de oito meses me cuidando, eu notei uma melhora significativa na minha pele, só usando o filtro solar. Eu nem lembrava que a minha pele era tão clara — contou Sheila.

- Nódulo ou ferida na pele, que cresce rápido e forma uma casquinha, acompanhada de secreção e coceira;

- Pequena ferida ou nódulo na pele, de cor branca, rosa ou avermelhada, que pode causar coceira;

- Ferida que não sara e que sangra durante várias semanas;

- Verruga que cresce.