Os médicos e diretores de hospitais foram os primeiros a reagirem negativamente quanto aos projetos de contingenciamento da Prefeitura de Campos, sobretudo nos quatro pontos que lhes interessavam. Eles procuraram vereadores para debater o assunto e agora comemoram a reprovação das medidas. Na segunda-feira (16), o Folha no Ar, da Folha FM, recebeu o procurador-geral do município, José Paes Neto, para apresentar o viés governista das propostas. Nesta quarta-feira (18), foi a vez dos presidentes do Sindicato dos Médicos de Campos (Simec), José Roberto Crespo, e do Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde e Estabelecimentos de Serviço de Saúde da Região Norte Fluminense (Sindhnorte), Frederico Paes. Em tom crítico, eles pontuaram as ações negativas que, sob a ótica deles, prejudicariam os hospitais e os médicos, assim como outros servidores.
Para Frederico Paes, o projeto que tratava sobre a transparência dos hospitais foi propagado desta forma para colocar a população e até os vereadores contra as unidades contratualizadas. Ele afirmou que seria uma “armação”, já que o texto do mesmo projeto daria poder ao secretário municipal de Saúde, segundo Frederico, a força para impor uma nova tabela de complementação municipal. O presidente do sindicato ressaltou, ainda, que tal mudança teria de contar com o aval do Conselho Municipal de Saúde. No entendimento de Frederico, a real intenção do governo ao mudar com o projeto que alteraria a estrutura do Conselho era reforçar o poderio do secretário nas decisões relacionados aos hospitais contratualizados:
— Não nos negamos a ser transparentes. A transparência é uma obrigação. Tanto que o Ministério Público Estadual, quanto o Ministério Público Federal nos fiscalizam. A Câmara entendeu que não foi correto o projeto enviado pela Prefeitura.
Ainda na expectativa dos projetos que entrariam em pauta ontem, o presidente do Simec, José Roberto Crespo, afirmou que acontece uma assembleia hoje para discutir com a categoria o não cumprimento dos acordos para o fim da greve, que durou 23 dias, em agosto. Como ele já havia revelado à Folha na semana passada, existe o temor da deflagração de um novo estado de greve. “Falta colocar em prática o que a gente acorda. Esse dificuldade de assumir os compromissos tem causado revolta na categoria”, afirmou.
Frederico fez, de público, uma proposta para gestão dos hospitais públicos do município, com a contratação dos quatro grandes hospitais contratualizados para geri-los. “A Prefeitura tem que olhar os hospitais como parceiros, não como problema. Nós somos uma solução barata, custa pouco para o poder público e fazemos uma administração dos hospitais eficiente com pouco dinheiro”.
Nesta quinta-feira (19), às 7h, o Folha no Ar recebe Marcelo Sampaio, recém-empossado presidente do Conselho Municipal de Cultura.