Aluysio Abreu Barbosa
18/12/2019 19:17 - Atualizado em 26/12/2019 14:29
O destino cumpriu sua parte. O inglês Liverpool fará mais uma final do Mundial de Clubes com o Flamengo, 38 anos depois de 1981, quando foi goleado pelo mítico time de Zico e companhia por 3 a 0. Em atuação bem abaixo da expectativa, o campeão da Europa só conseguiu garantir sua vaga graças a um brasileiro: o atacante Roberto Firmino fez o gol da vitória de 2 a 1, literalmente aos 45 minutos do segundo tempo. Com uma atuação aguerrida, em que colocou o goleiro brasileiro Alysson para trabalhar várias vezes, o Monterrey cumpriu a sina do futebol do México: jogou como nunca e perdeu como sempre.
Mesmo que Jürgen Klopp, técnico alemão do time inglês, tenha entrado em campo com apenas quatro dos seus 11 titulares, o Monterrey assumiu a condição de inferioridade na postura tática. Optou pela marcação em linha baixa, oposta à do Flamengo e do Liverpool, a quem cedeu campo e posse de bola. Ainda assim, explorando os contra-ataques, com o veloz colombiano Pabón caindo pela direita e o centroavante argentino Funes Mori, ameaçou várias vezes ao gol adversário.
Astro maior do Liverpool e único do seu temível trio de ataque que hoje começou jogando, o egípcio Salah criou a jogada que abriu o placar aos 11 minutos. Em lindo passe de canhota, ele achou o volante guineense Keita em penetração pela direita da área, que estufou as redes mexicanas do goleiro argentino Barovero. O que não estava no script veio apenas dois minutos depois. Em rebote de Alysson, Funes Mori foi deixado sozinho dentro da pequena área inglesa para empatar o jogo. E revelar o quanto a linha de impedimento dos Reds é o ponto a ser explorado no sábado pelo Rubro-Negro.
Os dois times ainda colocariam os goleiros adversários para trabalhar de maneira igual na primeira etapa. Aos 22, Salah serviu de calcanhar à infiltração do lateral Milner na área, colocando Barovero para defender em três tempos. Aos 26, Pabón obrigou Alysson a grande defesa, em chute forte no canto oposto, diante da quina direita da área. Aos 36, novamente Pabón entrou pela direita e cruzou para Funes More, que entrava no segundo pau. A bola foi desviada no meio do caminho por Alysson, em outra defesa difícil. Aos 41, em outra penetração perigosa na área mexicana, Keita perdeu a bola no abafa de Barovero.
No segundo tempo, foi o Monterrey quem criou a primeira chance de gol. Aos 49, Pabón cobrou uma falta no canto direito, obrigando Alysson novamente a trabalhar. Aos 57, Keita driblou dois adversários em mais uma penetração como homem-surpresa na área mexicana, mas bateu em cima de Barovero. Aos 67, Funes More achou espaço entre dois marcadores dos Reds para bater de fora da área. A bola quicou, dificultando a defesa de Alysson em seu canto esquerdo. Foi a senha para Klopp substituir o atacante suíço Shaqiri, com atuação apagada, pelo senegalês Mané. Entrava em campo a segunda estrela do decantado trio ofensivo do Liverpool.
Na sua primeira oportunidade, Mané não teria sorte. Aos 73, ele desviou com o peito, pela linha de fundo, a bola chutada pelo atacante belga Origi dentro da área mexicana. Aos 80, o atacante senegalês testou Barovero, que encaixou seu chute forte da entrada da grande área. Quatro minutos depois, a seis do fim do tempo regulamentar, Klopp substituiu Origi por Firmino, finalmente completando seu trio de ataque no campo.
Aos 90, quando tudo parecia indicar a prorrogação, o lateral Alexander-Arnold aproveitou a sobra de uma jogada individual de Salah pela direita. E cruzou a Firmino, que se antecipou no primeiro pau para dar números finais à partida. Na comemoração efusiva dos jogadores do Liverpool, bem como na reação do seu técnico alemão, batendo com os punhos cerrados no peito, o que também teve fim foi a empáfia do time inglês, ao garantir a chance de disputar mais uma vez o título do Mundial de Clubes. Que, diferente do Flamengo, nunca ganhou.
No sábado, contra o Rubro-Negro, os Reds entrarão em campo como favoritos. Mas, depois do susto contra o Monterrey, certamente o farão com mais titulares. E com os pés devidamente no chão.